Um ano após ofensiva israelense em Gaza, região ainda vive crise humanitária

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 11h32

Jerusalém, 7 jul (EFE).- A agência para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) está preocupada com a situação humanitária dos 1,8 milhão de habitantes de Gaza, um ano depois da operação militar israelense, e pediu que a reconstrução do território seja acelerada.

“Gaza ainda está em crise, com os civis, como sempre, pagando o maior preço”, disse nesta terça-feira o coordenador humanitário da OCHA nos territórios palestinos, Robert Piper, em comunicado.

Segundo o texto, cerca de cem mil pessoas continuam vivendo em abrigos temporários ou construídos por eles mesmos após se tornarem deslocados internos pelo conflito do ano passado, que destruiu 18 mil imóveis e danos a 138 mil propriedades após 51 dias de enfrentamentos entre as forças israelenses e as milícias armadas palestinas.

Cerca de 2.200 palestinos – 1.462 deles civis e 551 menores – morreram por causa das hostilidades durante a operação israelense Limite Protetor que, denunciou a OCHA, deixaram a faixa em uma situação de crise humanitária que fez 80% dos moradores dependerem da ajuda de ONGs e organismos internacionais, especialmente de alimentos.

Os trabalhos de reconstrução na faixa mal começaram e os doadores cumpriram com apenas 28% seu compromisso de entregar US$ 3,5 trilhões, firmado na Conferência do Cairo ao fim do conflito.

“Nossa capacidade para avançar na ajuda de emergência de curto prazo para a reconstrução de longo prazo está limitada por um déficit no financiamento humanitário. Nove meses depois da Conferência do Cairo, o processo de reconstrução em Gaza precisa ser acelerado”, advertiu Piper.

No primeiro aniversário do conflito, 120 mil palestinos do enclave continuam sem acesso à água corrente, a eletricidade funciona entre oito e 12 horas por dia e até 90 milhões de litros de águas residuais são jogadas no Mar Mediterrâneo a cada dia por falta de saneamentos no enclave.

Gaza se transformou, também, na região com o índice de desemprego mais alto do mundo, segundo o Banco Mundial: 43%, que sobe para 60% entre a população jovem.

Piper fez um pedido aos doadores internacionais para que cumpram seus compromissos, solicitou a Israel que revise a lista de materiais permitidos na faixa (limita a entrada de materiais que considera que podem ser empregados para a construção de explosivos ou túneis) e cobrou a cooperação entre palestinos e israelenses.

“As hostilidades de 2014 exacerbaram gravemente a já precária situação socioeconômica (de Gaza), com a capacidade de aceitação dos palestinos esgotada diante dos efeitos acumulados de oito anos de bloqueio”, afirmou o comunicado da OCHA.

“Os palestinos em Gaza precisam sair deste círculo vicioso de crise”, finalizou Piper. EFE

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