Unesco pede união para impedir “barbárie cultural” após destruição de Nimrud

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2015 10h52

Paris, 6 mar (EFE).- A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, repudiou nesta sexta-feira a destruição da cidade assíria de Nimrud, no norte do Iraque, pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI), e pediu a mobilização de todos os envolvidos “para proteger este patrimônio”.

“Condeno com a maior firmeza a destruição de Nimrud. Esse novo ataque contra a cidade iraquiana é mais uma prova que a limpeza cultural da qual o Iraque é alvo não para”, expressou Bokova em comunicado.

A representante da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou que os terroristas do EI querem acabar “com a vida humana e as minorias” e para isso empregam “a destruição sistemática de um patrimônio milenar da humanidade”.

“Não podemos permanecer em silêncio. A destruição deliberada do patrimônio cultural constitui um crime de guerra. Faço um pedido a todos os representantes políticos e religiosos da região a se posicionar contra esse novo ato de barbárie e lembrar que não existe justificativa política nem religiosa para destruir o patrimônio cultural da humanidade”, disse.

Bokova se dirigiu principalmente aos jovens para que “façam o que estiver ao seu alcance para proteger o patrimônio e reinvindicá-lo como bem da humanidade inteira”.

“Peço também para que todas as instituições culturais, museus, jornalistas, professores e cientistas compartilhem e expliquem ainda mais a importância deste patrimônio da civilização mesopotâmica”, pediu Bokova, que ressaltou que “a loucura criminal de destruir a cultura” é combatida “com mais cultura e com uma mobilização sem precedentes”.

Há poucos dias, a diretora geral solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU depois que o EI divulgou imagens em que integrantes do grupo jihadista apareciam destruindo estátuas milenares expostas no museu de Mossul.

“A comunidade internacional deve unir esforços em solidariedade ao governo e ao povo iraquiano para impedir essa catástrofe”, enfatizou.

A Unesco fará um trabalho de documentação e proteção do patrimônio iraquiano. Segundo Bokova, é preciso combater para conter o tráfico ilegal de bens culturais, que serve para financiar o terrorismo.

Fundada há mais de 3.300 anos, Nimrud foi capital do império assírio. Os palácios e monumentos da cidade são citados na literatura e nos textos sagrados, segundo a Unesco. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.