Uruguai espera receber mais grupos de refugiados sírios em fevereiro de 2015

  • Por Agencia EFE
  • 19/12/2014 15h48

Montevidéu, 19 dez (EFE).- O governo do Uruguai afirmou nesta sexta-feira que espera receber a partir de fevereiro de 2015 um novo grupo de refugiados sírios, que se unirão aos 42 que chegaram em outubro por decisão do Executivo de José Mujica de acolher e dar moradia e trabalho a cidadãos que escaparam da guerra civil nesse país.

“Traríamos os refugiados, não necessariamente todos juntos como da primeira vez, mas recebendo pouco a pouco cada família após ter estudado sua situação e pensando em suas especificidades familiares e individuais”, disse hoje o ministro de Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro, em entrevista à imprensa.

No último dia 9 de outubro chegaram ao Uruguai 42 sírios – cinco famílias – que fugiram do conflito em seu país, fundamentalmente a países como Líbano e Jordânia, já transbordados com a avalanche de refugiados causada pela guerra civil que assola a Síria desde março de 2011.

Nesse momento, a ideia era que em fevereiro de 2015 chegassem outras sete famílias daquele país.

Por enquanto, “estamos resolvendo as questões praticas das primeiras famílias”, esclareceu Almagro, que apostou em “aprofundar no projeto” sem “poupar esforços” para oferecer a estas pessoas as melhores condições de moradia e de trabalho e a partir daí “abordar o tema da segunda onda de refugiados” que o país receberia.

A chegada dos 42 refugiados em outubro transformou o Uruguai no primeiro país latino-americano em acolher estes cidadãos, organizando de forma integral sua mudança, adaptação e integração ao país.

“Isto é um processo permanente. São 42 pessoas e é preciso atender a cada uma delas, que necessita uma solução especifica para sua situação pessoal (…) Cada um deles tem que encontrar na sociedade uruguaia o melhor ponto”, afirmou Almagro, que explicou que atualmente todos estão chegando a suas residências definitivas.

A Casa San José de los Hermanos Maristas, localizada na periferia de Montevidéu, é o lugar onde residiram os refugiados até sua aclimatação ao país e sua instalação naquelas que serão suas casas definitivas.

O compromisso adquirido pelo Uruguai com a Organização Internacional de Migrações (OIM) é o de garantir-lhes condições básicas de saúde, educação, moradia e trabalho.

Dessa forma, o chanceler disse que espera ter “as soluções definitivas em janeiro” para implementar a chegada de mais pessoas durante os primeiros dias de fevereiro, assumindo que “essas soluções às vezes são um pouco mais complexas de alcançar”.

Esta iniciativa de amparada faz parte da “agenda humanitária” proposta pelo Uruguai, que no último dia 7 de dezembro abriu também suas portas como refugiados a seis ex-prisioneiros de Guantánamo, a prisão para acusados de terrorismo que os Estados Unidos têm em território cubano.

O chanceler lembrou que o Uruguai se transformou no início do século XX em um país que se prestou a receber gente em “qualquer situação de qualquer lado, perseguidos políticos, anarquistas ou acusados de terrorismo”.

“Hoje estamos retomando velhas tradições do Uruguai e estamos lhes dando um sentido de melhor inserção no século XXI. A participação do Uruguai nos temas globais é um imperativo. Hoje nenhum país pode se dar ao luxo de não ser global”, concluiu. EFE

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