Vai a 85 o número de mortos em duplo atentado na Nigéria

  • Por Agencia EFE
  • 24/07/2014 07h21

Lagos, 24 jul (EFE).- O número de mortos no duplo atentado a bomba cometido ontem na cidade de Kaduna, no noroeste da Nigéria, subiu para 85, confirmaram nesta quinta-feira para a Agência Efe fontes hospitalares.

Um carro-bomba foi detonado por volta das 12h45 locais (8h45 de Brasília), no momento em que passava um comboio no qual estava o ex-presidente nigeriano e principal líder da oposição, Muhammadu Buhari, junto com o clérigo islâmico Dahiru Bauchi, conhecido por sua oposição ao grupo insurgente Boko Haram.

Os dois saíram ilesos do atentado no qual, de acordo com Buhari, ele era o alvo dos terroristas.

“(O veículo) tentou atingir meu carro e num instante explodiu a bomba que destruiu os três carros do nosso comboio”, relatou Buhari em comunicado emitido no final da noite de ontem.

A segunda explosão aconteceu apenas duas horas mais tarde e a poucos quilômetros de onde ocorreu a primeira, em uma popular área conhecida como “Kawo Motor Park”, onde há uma estação de ônibus.

Fontes dos hospitais para onde foram transferidas as vítimas após as explosões informaram hoje à Efe que 85 pessoas morreram no duplo atentado.

A polícia e a Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA, sigla em inglês) contabilizaram ontem pelo menos 42 mortos, mas advertiram que esse número poderia aumentar devido à gravidade do estado de saúde de alguns dos feridos.

O alarme gerado pelo duplo atentado levou as autoridades locais a decretar o toque de recolher por 24 horas para que as Forças de Segurança pudessem restabelecer a ordem.

Apesar de nenhum grupo ter reivindicado ainda a autoria do duplo atentado, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, que intensificou seus ataques no norte do país e mantém mais de 200 meninas em cativeiro há mais de três meses.

O Boko Haram, que significa nas línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

No decorrer deste ano, o grupo islamita assassinou perto de 3 mil pessoas, e a mais de 12 mil desde 2009, segundo cálculos do governo nigeriano. EFE

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