Venezuelanos divididos em partes iguais sobre envolvimento dos EUA em golpe

  • Por Agencia EFE
  • 01/03/2015 16h50

Caracas, 1 mar (EFE).- Os venezuelanos estão divididos em partes iguais em considerar verdadeiro ou falso que os Estados Unidos têm planos de golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro, apontou uma pesquisa divulgada neste domingo, um dia depois de o presidente insistir em sua denúncia e ordenar diversas medidas de retaliação aos EUA.

40% dos entrevistados acreditam que “é falso” e 39% que “é verdadeiro” que Washington “está envolvido em uma conspiração para derrubar o governo nacional”, apontou a pesquisa realizada pela empresa Hinterlaces.

A pesquisa consultou 1.200 adultos entre 6 e o 12 de fevereiro e tem margem de erro de 2,7% e nível de confiabilidade de 95%.

Do total, 92% dos consultados pela Hinterlaces não acreditam na possibilidade de os Estados Unidos “executarem uma invasão à Venezuela se ocorrer uma explosão social”, como deseja o setor mais radical da oposição, segundo a denúncia presidencial.

Já 6% estão de acordo com uma hipotética invasão militar americana e 2% disseram não ter uma opinião a respeito, acrescentou Hinterlaces.

A pesquisa também mostrou que 62% dos venezuelanos não concordam que funcionários do governo dos Estados Unidos opinem sobre “o que está atualmente ocorrendo na Venezuela” e 64% criticaram a decisão dos EUA de impor sanções como a negação de vistos a funcionário do governo de Maduro.

O presidente da Venezuela anunciou no sábado, sem dar detalhes, que foram detidos nos últimos dias “alguns” americanos que estariam envolvidos nesses planos golpistas, entre eles um piloto de aviação cuja identidade não foi revelada.

Também anunciou que a embaixada dos Estados Unidos em Caracas deverá reduzir o número de seus diplomatas e que estes deverão contar com autorização expressa do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela para poder realizar qualquer reunião no país.

Maduro também determinou a exigência de visto para americanos entrarem na Venezuela e paguem o mesmo valor exigido pelos EUA para a concessão do visto, e ainda proibiu que os consulados venezuelanos concedam vistos a funcionários e antigas autoridades listadas que chamou de “terroristas”.

Entre eles nomeou expressamente o ex-presidente americano George W. Bush e seu vice-presidente, Dick Cheney.

Também faz parte da lista o ex-chefe da CIA George John Tenet e os congressistas “ultradireitistas” Bob Meléndez, Marco Rubio, Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz Balart, detalhou Maduro.

Ele argumentou que se viu “obrigado a atuar assim pensado em como defender seu país sem afetar o povo americano”, que não sabe que o governo de Washington tem ” crianças de origem latina presas em milhares em campos de concentração” e persegue “diariamente” os afrodescendentes. EFE

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