Netanyahu pede a Abbas que rompa com Hamas e dissolva governo de unidade

  • Por Agencia EFE
  • 19/06/2014 15h40

Jerusalém, 15 jun (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu nesta quinta-feira ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que rompa o governo de reconciliação nacional formado a princípios de junho com o apoio do movimento islamita Hamas.

Em discurso pronunciado em um dos quartéis-generais do exército israelense na Cisjordânia ocupada, o chefe do governo insistiu, além disso, na responsabilidade do Hamas no desaparecimento há uma semana de três estudantes rabínicos perto da colônia de Gush Etzion, que Israel considera sequestrados.

“Estão sequestrados pelo Hamas. Não temos dúvidas quanto a isso. É absolutamente certo”, ressaltou Netanyahu, sem apresentar provas a respeito.

Seguindo argumento, o primeiro-ministro ressaltou que o movimento islamita, que negou seu envolvimento, realizou atos similares no passado e sempre apoiou o sequestro de cidadãos israelenses como forma de luta.

O líder afirmou que “o Hamas convocou repetidamente ao sequestro e assassinato de cidadãos israelenses. É uma organização considerada terrorista há muitos anos e que está comprometida com a destruição de Israel”.

“Espero que o presidente Abbas dissolva a união com essa organização terrorista. Acho que é importante para nosso futuro comum”, concluiu.

Os três jovens – identificados como Eyal Yifrachm, de 19 anos, Naftali Frenkel, de 16, e Gilad Shaar, de 16 – desapareceram na noite de quinta-feira passada quando pegavam carona perto da colônia de Gush Etzion, onde estudavam.

Desde o dia seguinte, o exército e as outras Forças de Segurança israelenses iniciaram uma operação em que foram detidas mais de 300 pessoas, na maioria membros do Hamas.

Os palestinos, por sua vez, relacionam o fato com a política que o atual governo israelense segue, em particular em relação à contínua construção e ampliação das colônias – ilegais, de acordo com a legislação internacional – e no que consideram “o abuso” da detenção administrativa.

Mais de 100 presos nesta situação estão em greve de fome há mais de 50 de dias para exigir a liberdade, nove dos quais precisaram ser internados na unidade de terapia intensiva.

Hoje, Israel pôs sob detenção administrativa – de quatro a seis meses renováveis – 29 dos detidos na busca dos desaparecidos, o que lhe permite evitar acusá-los formalmente e ter que respeitar seu direito a julgamento.

Hamas e Fatah, o grupo nacionalista que Abbas dirige, formaram no início do mês um governo de reconciliação nacional, integrado por tecnocratas, que pôs fim a sete anos de divisões políticas e administrativas. EFE

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