Ônibus são incendiados depois de ocupação policial em Pedrinhas

  • Por Agencia EFE
  • 04/01/2014 14h19

São Paulo, 4 jan (EFE).- Três ônibus, um deles com passageiros dentro, foram incendiados em São Luiz, Maranhão, como represália à ocupação, que ocorre desde 27 de dezembro, da prisão Pedrinhas por parte da Polícia Militar, informou neste sábado o secretário de Segurança Pública do estado, Aluísio Mendes.

“Vamos acelerar a investigação de quem executou os ataques. A ordem partiu do presídio, mas quem executou está solto e nós vamos localizar. Desde ontem já intensificamos a presença da Polícia Militar nas ruas da cidade”, afirmou Mendes.

Somente na noite de ontem três ônibus foram incendiados e uma delegacia foi alvo de tiros na capital maranhense.

Uma menina de seis anos que estava dentro de um dos ônibus está em estado gravíssimo no Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão II. A unidade médica informou que a mãe da menina e uma bebê, irmã da criança, sofreram queimaduras leves. Um homem também permanece internado pelo mesmo motivo.

Os ataques ocorreram um dia depois da morte de dois presos dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado na semana passada afirma que somente em 2013, foram registradas 60 mortes nos presídios do estado, três delas por decapitação.

No mesmo dia dos dois últimos assassinatos, que foram cometidos dentro do presídio apesar da ocupação policial, um preso fugiu pelo portão principal da prisão em um momento de distração de um dos guardas, que foi demitido e está sendo investigado.

Desde o último dia 27, 60 policiais reforçam a segurança nas prisões do estado por conta da crise e devem permanecer por tempo indeterminado.

A decisão de intervir nos presídios foi tomada depois que uma comissão de representantes do Conselho Nacional do Ministério Público e do CNJ realizou uma inspeção e informou que as unidades estão “superlotadas e já não há mais condições para manter a integridade física dos presos, seus familiares e de quem mais frequente os presídios de Pedrinhas”

Segundo dados da Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, atualmente 2.196 detentos estão no local, que tem capacidade para 1.770.

“O Estado não vai retroceder nenhum segundo nas medidas”, afirmou Mendes, que convocou uma reunião com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zanoni Porto, e com a delegada-geral da Polícia Civil do Maranhão, Cristina Rezende, com o objetivo de evitar mais ataques à população. EFE

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