Otan alerta que Rússia enviou milhares de militares à fronteira com Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 19/06/2014 15h15

Guillermo Ximenis.

Londres, 19 jun (EFE).- A Otan alertou nesta quinta-feira para o envio pela Rússia de milhares de militares para a fronteira com a Ucrânia e que mantém aberta a opção de ordenar uma “intervenção mais ampla” no conflito com Kiev.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, em visita a Londres, onde se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que a comunidade internacional deve responder com sanções mais duras se novas incursões russas à Ucrânia acontecerem.

“Posso confirmar que estamos observando um novo aumento das forças militares russas. Pelo menos milhares de soldados foram enviados à fronteira com a Ucrânia”, disse o responsável da organização transatlântica em um discurso em Chatham House, o Instituto de Relações Internacionais de Londres.

O secretário-geral aliado sustentou que os movimentos de tropas apontam que Moscou “mantém a opção de uma intervenção mais ampla” nos combates no leste da Ucrânia, que continuam, e com mais intensidade, desde que os insurgentes pró-russos se negaram a depor as armas como Kiev exigia.

A pouco mais de dois meses da cúpula de chefes de Estado e do governo da Otan, que será realizada no País de Gales (Reino Unido) em 4 e 5 de setembro, Rasmussen se reuniu na capital britânica com Cameron e com o ministro da Defesa britânico, William Hague.

Em entrevista coletiva após esse encontro, Cameron afirmou que as “agressões ilegais da Rússia contra a Ucrânia enfatizaram a capacidade da Otan para a defesa coletiva” e permitiram aos aliados “mostrarem sua solidariedade, enviando aviões, navios e tropas”.

O chefe do governo do Reino Unido, país que forneceu quatro caças à missão da Otan no Báltico, assinalou que a Aliança mostrou capacidade para “responder rápido a qualquer ameaça e deter qualquer agressão futura vinda da Rússia”.

Sobre a próxima cúpula no País de Gales, Cameron disse que os principais focos de atenção serão a crise na Ucrânia, o fim da missão de combate no Afeganistão e os “novos riscos” que os países da Otan enfrentam.

Cameron ressaltou que os serviços de inteligência e as forças de segurança do Reino Unido trabalham para reduzir a ameaça que “britânicos radicalizados” poderiam representar ao retornar à Europa após combater com grupos jihadistas na Síria e no Iraque.

“A paz e a estabilidade estão longe do leste da Europa, como do norte da África e do Oriente Médio. Devemos estar preparados para enfrentar qualquer ameaça e manter nossas nações seguras”, disse Rasmussen.

“As agressões russas são uma tentativa de reescrever as normas internacionais”, indicou Rasmussen, que ressaltou que Moscou aumentou em 50% sua despesa militar desde 2008, um período no qual os países da Otan diminuíram em 20% o investimento em defesa.

“A segurança tem um preço. A liberdade não se alcança gratuitamente”, afirmou Rasmussen, que pôs o Reino Unido, com um investimento de apenas 2% em defesa como exemplo para outros países europeus.EFE

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