“A lei foi cumprida e a justiça feita”, garante advogado de Cabral

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2017 16h58 - Atualizado em 31/10/2017 17h19
Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, é réu em 16 processos e foi condenado a 70 anos de prisão

Nesta terça-feira (31), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um habeas corpus que suspende a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral para um presídio federal em Mato Grosso do Sul. O pedido havia sido solicitado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, que acusa Cabral de ter acesso à informações privilegiadas e o ameaçado.

Em entrevista à Jovem Pan, o advogado de Cabral, Rodrigo Rocca esclareceu que a escolha de Mendes respeitou uma vocação natural e apenas seguiu uma predeterminação legal. Vale lembrar que o ministro é relator de desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro desde abril deste ano, quando concedeu habeas corpus a Flávio Godinho, ex-braço direito do empresário Eike Batista.

“Uma vez fixada a competência de um relator para o julgamento de determinado caso, aquela relatoria fica vocacionada para receber a dos co-réus também. Claro, que isso possibilitou ao ex-governador se defender amplamente como manda a Constituição. Mas não há ninguém exultante com isso. A lei foi cumprida e a justiça feita”, explicou Rocca.

“Se há algo a ser comemorado isso se deve ao fato de que o estado de direito foi restabelecido”, completou.

De acordo com o advogado, a transferência de Cabral para qualquer unidade da Federação inviabilizaria o exercício da ampla defesa. “Tudo o que ele estava pedindo era o tratamento igualitário”, declarou.

Questionado sobre de que forma Cabral seria prejudicado, o advogado de defesa alegou que por ser acusado em 16 processos, dos quais 15 tramitam na sessão judiciária do Rio de Janeiro, Cabral perderia detalhes dos processos e sofreria com o desgaste em audiências praticamente diárias, além de expor riscos à sua integridade física.

“O presídio escolhido já abrigava outros dez líderes de facções criminosas ligadas ao narco tráfico. Todos sabem que o ex-governador, durante seus oito anos de governo, se empenhou em transferir criminosos presos no Rio de Janeiro para esses presídios federais”, disse Rodrigo Rocca.

Já sobre as possíveis ameaças de Cabral ao juiz Marcelo Bretas, o advogado afirmou que tudo não passou de um ato isolado e longe do aconselhamento da defesa. “Foi uma grita de um homem injustiçado que sentia a necessidade de desabafar. Foram declarações que extrapolaram muito e não vão se repetir. Em qualquer interrogatório do ex-governador não houve qualquer embaraço, manifestação de acinte, reprovação, provocação, seja com magistrados, procuradores da República, servidores e ninguém do ambiente da audiência”, finalizou o advogado Rodrigo Rocca.

* Com informações da repórter Carolina Ercolin

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