Alckmin escolhe novo reitor da USP, que propõe diversificar fontes de receita

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/11/2017 12h14
Johnny Drum/Jovem Pan Agopyan assume a universidade, com orçamento de cerca de R$ 5 bilhões, ainda em recuperação de da sua pior crise financeira dos últimos 30 anos

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) escolheu nesta segunda-feira, 13, o professor da Escola Politécnica Vahan Agopyan como o novo reitor da Universidade de São Paulo (USP) entre o ano que vem e 2022. Atual vice-reitor, ele havia sido o mais votado em eleição interna na instituição feita em outubro. Entre as principais propostas de Agopyan, estão aproximar a USP, a mais importante instituição de ensino superior do País, da sociedade e diversificar as fontes de receita da instituição, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Agopyan assume a universidade, com orçamento de cerca de R$ 5 bilhões, ainda em recuperação de da sua pior crise financeira dos últimos 30 anos. “Temos certeza de que o risco maior já passou, mesmo com dificuldades financeiras que vão persistir. Vamos continuar lutando para manter a universidade como pública, gratuita e de qualidade, cada vez mais inserida na sociedade”, afirmou o futuro reitor ao Estado.

Candidato da situação, Agopyan sucede o médico Marco Antonio Zago à frente da USP, após um mandato de medidas de austeridade, com planos de demissão voluntária de servidores e congelamento de obras, o que motivou críticas internas. A instituição ainda luta para equilibrar as finanças: gasta 98% do que recebe do Estado com a folha de pagamento de professores e funcionários.

Para ele, é preciso manter o rigor financeiro e diversificar as fontes de receita da USP – que tem a maior parte de seu orçamento composta por uma cota de 5,02% da arrecadação estadual de ICMS. Uma saída, por exemplo, é a USP oferecer apoio técnico a municípios, Estado e União – como na formulação de políticas governamentais – e ser ressarcida por isso. “Temos de ser mais proativos.”

Outra reivindicação é elevar o teto salarial. Pela constituição estadual, o professor da USP não pode ganhar mais do que o governador (R$ 21,6 mil). Já nas federais, o texto é de 90% da remuneração do ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 33,7 mil). “O docente que faz uma carreira normal atinge o teto em 20, 25 anos. Isso desmotiva.”

Sobre as cotas, não crê em recuo de qualidade. “O alunado que está entrando não é pior. É tão competente e talentoso quanto os outros. Não teve oportunidade de ser treinado como os outros.” A ideia, diz, é intensificar ações de apoio, como cursos online de reforço. “Para a formação, é bom conviver com a diversidade.”

Perfil

Agopyan é docente da USP desde 1975. Antes de ser vice, foi pró-reitor de Graduação na gestão João Grandino Rodas, de 2010 a 2014. Mas, na sucessão, ele e Zago fizeram oposição a Rodas. O novo vice é o atual pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes. A posse deve ocorrer em janeiro.

“Vou desejar a eles um ótimo trabalho à frente de uma universidade que é um orgulho do Brasil, reconhecida internacionalmente”, disse Alckmin ontem, em vídeo nas redes sociais.

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