Após libertação, Jorge Picciani anuncia que vai se afastar da Alerj

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decide pela libertação do presidente da Casa, Jorge Picciani; do líder do governo, Edson Albertassi; e de Paulo Melo, ex-presidente da Alerj Rafael Wallace/Alerj O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro …

  • Por Jovem Pan com Agência Brasil
  • 19/11/2017 11h21 - Atualizado em 19/11/2017 12h12
Tânia Rego/Agência Brasil Deputado estadual Jorge Picciani (PMDB) é investigado por integrar esquema de corrupção que envolvia o governo do Estado, o TCE e o legislativo do Rio de Janeiro

O deputado estadual Jorge Picciani comunicou neste domingo (19) que vai se licenciar de suas atividades parlamentares a partir de terça-feira (21) para se dedicar à sua defesa e do seu filho, Felipe Picciani, que permanece preso em consequência da Operação Cadeia Velha, que investiga o uso dos cargos públicos para corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em combinação com as empresas de ônibus.

Uma empresa gerenciada por seu filho e comandada pela família Picciani há 33 anos teve a conta bloqueada como parte da operação.

O presidente da Alerj também informou que aguarda “com serenidade”  movimentos que possam levar a um possível pedido de seu afastamento, bem como o de Paulo Melo e Edson Albertassi. Caso o pedido se concretize, Picciani afirma que pretende recorrer.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) protocolou eletronicamente na Justiça, neste sábado (18), um mandado de segurança pedindo a anulação da votação de sexta-feira (17) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na sessão, foi revogada a prisão dos deputados estaduais Jorge Picciani (presidente da Alerj), Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.

Os três deputados se entregaram à Polícia Federal (PF) na quinta-feira (16), após serem indiciados na Operação Cadeia Velha

Veja como votou cada deputado na libertação de Picciani, Albertassi e Melo

A Cadeia Velha

Na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato deflagrado em 14 de novembro, o Ministério Público Federal (MPF) apura um conluio do governo estadual do Rio, da Alerj e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) para favorecer empresários da Federação das Empresas de Transporte (Fetranspor) por meio de projetos de lei favoráveis e outros benefícios.

As isenções fiscais concedidas ao setor fizeram com que o Estado fluminense deixasse de receber mais de R$ 138 bilhões, segundo os procuradores. A Fetranspor pagava propinas aos agentes públicos. A organização criminosa funcionaria desde a década de 1990 e já foi integrada pelo ex-governador Sérgio Cabral, já preso e condenado em primeira instância. Os crimes apurados são corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O MPF alega que prisão preventiva (que pode se estender até o final do processo) é necessária pois “diante da ampla rede de influência política e econômica que possuem, (os acusados) não medirão esforços para dificultar a aplicação da lei penal e dar prosseguimento aos delitos comumente praticados”.

A deflagração da operação foi antecipada porque o deputado Albertassi, que teria recebido propina por mais de um ano, foi indicado para o TCE-RJ, o que foi visto pelos procuradores como uma articulação da organização criminosa para retomar o controle das contas do Estado após sete conselheiros do Tribunal terem sido presos na Operação Quinto do Ouro, em março.

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