Defesa de Lula alega que Moro age com parcialidade e viola regras internacionais

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2017 19h25 - Atualizado em 13/09/2017 20h32
Reprodução Advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins criticou Moro por agir com incoerência e fugir aos objetos do processo

Em seu segundo embate com o juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira (13), o ex-presidente Lula deixou claro que a denúncia em que é réu, por supostamente receber vantagens indevidas, é mais uma obra orquestrada pelo Ministério Público Federal (MPF). O expediente foi o mesmo utilizado pelo advogado de defesa Cristiano Zanin Martins, que em entrevista coletiva acusou o juiz Sérgio Moro de violar princípios internacionais.

Zanin questiona o fato de a defesa não ter o mesmo acesso que o MPF aos documentos que acusam o ex-presidente pelo recebimento de ilícitos, e que a situação viola os “princípios do processo”. Segundo o advogado, acusação e defesa devem ser tratadas em patamares de igualdade. “A defesa tem o direito de trabalhar com os mesmos elementos que a acusação possui”, frisou.

O advogado confirma que elementos corroboram para que a defesa tenha solicitado a suspeição do juiz Sérgio Moro, em função de episódios que mostram “com clareza a falta de imparcialidade e coerência”. “Moro fez perguntas sucessivas e estranhas ao objeto do processo, além de ter se baseado em papéis apócrifos com autenticidade questionável e que foram adulterados”, argumentou Zanin, que explicou o motivo de Lula não ter respondido todas as questões feitas pelo juiz.

“Todas as perguntas foram respondidas. O ex-presidente foi orientado a permanecer em silêncio nas questões que fugiam ao objeto da ação e quando a pergunta tratava de papéis cuja autenticidade é questionada”, completou.

Palocci Mentiroso

Quando indagado sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Antônio Palocci, considerado braço direito de Lula, o advogado enfatizou que Palocci mentiu em seu depoimento, uma vez que tem outros objetivos por estar preso. “As palavras do ex-ministro Palocci não merecem credibilidade porque aquilo que ele afirmou não tem realidade com os fatos. Lembrando que ele está preso e busca negociar uma delação premiada”, argumentou o advogado.

Já sobre o envolvimento de Lula com a Construtora Odebrecht, a defesa afirma que o ex-presidente deixou claro que todas as conversas que manteve com Emílio Odebrecht ou qualquer outro empresário do País, foram conversas lícitas ou republicanas.

“Os depoimentos prestados pelo ex-presidente Lula mostram que ele jamais recebeu a propriedade em questão de recursos ilícitos e desmontam a acusação do Ministério Público Federal”, finalizou.

A defesa do ex-presidente salienta ainda que vai pedir o arquivamento da terceira denúncia contra Lula no caso do Sítio de Atibaia.

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