Deputado chama professora agredida de “ratazana” durante votação da reforma política

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2017 19h30 - Atualizado em 23/08/2017 19h41
Reprodução Líder do PSD na Câmara, deputado João Rodrigues defende escola sem partido e acusa professores de lavagem cerebral

Nesta quarta-feira (23), a Câmara dos Deputados se reuniu novamente para votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 77/03), que trata da reforma política. Mas o tema parece ter sido esquecido durante as orientações de bancada. O líder do PSD na Câmara, deputado João Rodrigues (SC) utilizou o microfone para xingar a professora Marcia Friggi, agredida por um aluno na última segunda-feira (21).

“Fiquei extremamente chocado com a atitude daquele adolescente de ter batido de forma covarde na professora. Mas depois quando eu leio as redes sociais daquela educadora, não que a agressão se justifique pelo contrário, mas ela disse que o ato de jogar ovos num deputado pode. O que é um violência. Se uma professora que prega isso em sala de aula é obvio que desperta a revolta também de um estudante”, declarou o parlamentar, que se referiu ao episódio em que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi alvo de uma ovada, no interior de São Paulo.

Ainda inflamado em seu discurso, João Rodrigues criticou a postura da professora, que teria dito ser favorável a escola com partido. “Escola é lugar de ensinar uma criança. Não quero que meu filho tenha a lavagem cerebral de uma ratazana dizendo o que ele deve pensar da política brasileira e de seus líderes. Não perdoarei, meu caro deputado, João Bolsonaro, se minha filha viesse para casa com a camisa e a foto daquele bandido chamado Che Guevara, que muitos professores idolatram”, continuou o deputado catarinense.

Na sequência, o deputado Leonardo de Brito (PT-AC) rebateu prontamente: “nenhum professor no Brasil merece ser agredido por alunos. Repudio esse posicionamento como se a pessoa vitimada é responsável pela violência que recebe. Lamento que tenhamos esse posicionamento no parlamento brasileiro”, disse.

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