Ministros do PSDB atacam programa da legenda apresentado na TV

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/08/2017 11h17
BRA101. BRASILIA (BRASIL), 26/06/2017.- El presidente de Brasil, Michel Temer, participa hoy, lunes 26 de junio de 2017, en una Ceremonia de Sanción de la Ley que regula la Diferenciación de Precio, en el Palacio de Planalto, en la ciudad de Brasilia (Brasil). Temer, que entre hoy y mañana puede ser denunciado formalmente por supuesta corrupción, participó en un acto con empresarios, se mostró sereno y afirmó que "nada" lo "destruirá". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves No Palácio do Planalto o vídeo foi visto como um "tiro no pé" por auxiliares do presidente, que classificaram a peça de "ridícula"

O programa do PSDB exibido nesta quinta-feira (17), em rede nacional de rádio e TV, no qual o partido reconhece como erro seu próprio fisiologismo e faz críticas diretas ao governo do presidente Michel Temer, foi fortemente criticado por três dos quatro ministros tucanos. No Palácio do Planalto o vídeo foi visto como um “tiro no pé” por auxiliares do presidente, que classificaram a peça de “ridícula”.

Em dez minutos de programa, o PSDB faz uma autocrítica por ter “aceitado o fisiologismo” e define Temer como um presidente que “enfrenta dificuldade de governar e unir o País”. A peça também defende a adoção do parlamentarismo no Brasil, bandeira do partido.

“O presidencialismo de cooptação que vigora no Brasil faliu, tendo gerado crises sucessivas e muita instabilidade política”, diz um locutor, sem citar que ministros do partido negociaram emendas parlamentares em troca de votos de deputados a favor da rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer.

Nenhum político aparece no programa, encomendado pelo presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). A linha foi definida por ele sem consultar a executiva nacional. Tasso não foi localizado ontem.

‘Desconfortável’

Logo após a veiculação do programa, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do PSDB da Bahia, divulgou nota na qual afirma que a peça “ofende fortemente” o partido. Segundo ele, o programa “apresenta colocações rasas, genéricas, e não teve a coragem de apontar os culpados pelos vícios e mazelas que o programa condenou”.

“A linha adotada no programa partidário ofende fortemente o PSDB, colocando o partido numa posição extremamente ruim e desconfortável, como se fosse o culpado por todos os problemas, inclusive aqueles criados por governos do PT, dos quais foi oposição”, escreveu o ministro.

Aloysio Nunes Ferreira, ministro tucano das Relações Exteriores, fez 38 publicações em sua conta no Twitter nas quais critica o conteúdo do vídeo. Segundo ele, o programa é “um monumento à inépcia publicitária” e “a expressão de uma confusão política digna de figurar numa antologia do gênero”. “Em suma, esse programa não me representa. Não participei de sua concepção e em nenhum momento minha opinião foi demandada”, escreveu.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), também divulgou nota na qual rebate as críticas de fisiologismo, afirmando que os parlamentares do partido têm votado “em ideias em que acreditam”. Para Araújo, a peça não é justa com a história do partido. “O programa não me representa.”

Segundo um interlocutor de Temer, o PSDB não poderia ter feito críticas ao governo porque comanda quatro ministérios importantes – é do partido também a pasta de Direitos Humanos. Ele sugeriu ainda que a peça dá força ao discurso do Centrão – grupo de cerca de 150 deputados de partidos como PP, PR e PSD – que quer comandar o Ministério das Cidades.

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