MPF desiste de perícia técnica nos recibos de aluguéis apresentados pela defesa de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 18/12/2017 13h39 - Atualizado em 18/12/2017 13h40
Joédson Alves/EFE Joédson Alves/EFE Os procuradores afirmam que esses recibos são ideologicamente falsos e foram produzidos para dar aparência de legalidade a atos ilícitos

O Ministério Público Federal desistiu, nesta segunda-feira (18), da perícia técnica nos mais de 30 recibos de aluguéis apresentados pela defesa de Lula. O documento sobre a desistência foi protocolado no site da Justiça Federal nesta manhã.

O ex-presidente é acusado na Operação Lava Jato de receber um apartamento em São Bernardo do Campo como propina da Odebrecht em troca de contratos com a estatal Petrobras. O petista negou e apresentou recibos de pagamentos de aluguéis para o empresário Glaucos Costamarques, que é proprietário do imóvel.

Os procuradores afirmam que esses recibos são ideologicamente falsos e foram produzidos para dar aparência de legalidade a atos ilícitos.

A força-tarefa do MPF sustenta que “após a colheita da prova oral, não mais persiste a postulação de realização de prova pericial porque os aspectos pontuais atinentes à confecção dos documentos de que se trata, que se pretendia aclarar por prova técnica, já estão suficientemente elucidados”.

A defesa do ex-presidente disse que a perícia técnica não é necessária porque os recibos são autênticos.

“Está devidamente comprovada a autenticidade dos recibos apresentados bem como a quitação emitida em favor da inquilina, D. Marisa Letícia Lula da Silva, não havendo novos requerimentos a serem realizados por esta Defesa”, escreveram os advogados.

O caso

A Lava Jato sustenta que o apartamento vizinho à residência do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, de número 121, no edifício Hill House, no valor de R$ 504 mil e o terreno onde seria sediado o Instituto Lula, em São Paulo – R$ 12 milhões – foram bancados pela Odebrecht como forma de propinas oriundas de contratos com a Petrobras. De acordo com os procuradores e os executivos da construtora a empresa DAG Engenharia e Glaucos da Costamarques foram utilizados para maquiar a titularidade dos imóveis.

A defesa do ex-presidente alega que Lula pagou pelo aluguel do apartamento e que não aceitou o imóvel para a sede do Instituto.

Já a Lava Jato afirma, em denúncia, que o presidente nunca pagou os aluguéis do imóvel vizinho à sua residência, no edifício Hill House.

Lula entregou recibos ao juiz Sérgio Moro do pagamento dos aluguéis. Dois comprovantes apresentam datas que não existem no calendário. Parte dos documentos ainda apresenta os mesmos erros de ortografia. O Ministério Público Federal abriu investigação sobre a autenticidade dos recibos.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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