Na disputa pelo governo de SP, Márcio França prioriza partidos menores

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/01/2018 20h00 - Atualizado em 18/01/2018 20h02
Rovena Rosa/Agência Brasil Vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), acredita que quando se soma todos os pequenos e médios partidos, dá muito mais que os grandes partidos

Ao passo que o PSDB não garante apoio à sua candidatura ao governo do Estado, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), resolveu priorizar o apoio de pequenos e médios. Segundo disse, está próximo de fechar uma aliança com o PPS, PROS e PV. Depois de anunciar o apoio do PR, França participou de um evento, nesta quinta-feira, 18, de declaração de apoio do Solidariedade.

“Os grandes partidos, que são praticamente três grandes partidos no Brasil, eles são grandes, mas não são a maioria. Quando você soma todos os pequenos e médios partidos, dá muito mais que os grandes partidos”, discursou França para a plateia sindical, que lotou a sede do Solidariedade em São Paulo. “Desde o inicio, eu falei, vai colocar o ovo de pé quem juntar essas forças todas, que são maiores que as forças hegemônicas”.

França também abaixou o tom ao falar dos tucanos. “A decisão que eles tomarem a gente aceita. Seria muito bom ter o PSDB, mas é claro que se eles decidirem ter candidato, eu vou aceitar”, afirmou França a jornalistas, na sede do Solidariedade em São Paulo.

No partido do governador, que deve se desincompatibilizar do cargo em abril, deixando França no comando do Estado, há quatro interessados na sucessão. O cientista político Luis Felipe D’Ávila e o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, já anunciaram suas intenções. Já o prefeito João Doria e o senador José Serra não falam abertamente, mas trabalham por suas candidaturas nos bastidores. Na quarta-feira, 17, 60% da bancada tucana na Assembleia Legislativa, capitaneados pelo presidente Cauê Macris (PSDB), declararam apoiar Doria na disputa.

Sobre os possíveis rivais, França disse que Serra, “por tudo que passou na vida dele”, “é uma candidatura que teria autoexplicação”. Já o prefeito, ele reconheceu ter “mil qualidades”, e disse que “entende” se ele mudar de ideia e entender que vale a pena disputar. “Agora eu penso que a população vai ter dificuldade de entender”, disse a jornalistas.

Em seu discurso, alfinetou: “Porque a política hoje no Brasil está desmoralizada? Porque o cara fala uma coisa e quer fazer outra. O cara fala que vai ser uma coisa por um tempo e depois quer sair no meio do caminho. Se fizer diferente do que combinou com o povo, dá errado”.

Solidariedade

Apesar de fazer parte do governo tucano – eles tem a secretaria do Trabalho – o Solidariedade foi o segundo partido a embarcar na candidatura do vice-governador. Na segunda-feira, o PR anunciou apoio a França.

Questionado sobre o porquê não apoiar um eventual candidato tucano, o presidente da sigla, deputado Paulinho da Força (SD-SP) disse que ele e França “têm uma amizade muito grande”. “Temos uma relação histórica e ele precisava de um partido que iniciasse esse processo, que abrisse a porta e fiz questão de ser um dos primeiros”, afirmou a jornalistas.

Discurso

Apesar de elogiar Alckmin, de quem disse ser o maior aliado e defendeu sua candidatura à Presidência, afirmou que fará um governo mais “social” que o tucano. “(É claro que) Cada um vai ter o seu jeito de poder fazer governo do jeito que tá acostumado a fazer na sua base. E a minha base, todo mundo sabe, tem um viés mais social. Tem um viés mais vinculado ao emprego, essa é a nossa lógica”.

Aos sindicalistas, França também criticou a reforma da Previdência e o mercado financeiro. “O mercado é contra, o mercado… mas quem é o mercado? As pessoas vão falando do mercado como se fosse uma pessoa que pudesse falar com ele. Mercado que eu conheço é o mercado lá da minha cidade”, disse.

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