Por novos filiados, DEM muda programa para ser de “centro”

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/08/2017 10h48
BOG500.- BOGOTÁ (COLOMBIA), 20/01/2018.- Fotografía de archivo del 27 de noviembre de 2016 del presidente de la Cámara de Diputados de Brasil, Rodrigo Maia, en Brasilia. Un juez federal decidió hoy, viernes 20 de enero de 2017, impedir la reelección Maia, que tenía la intención de presentar su candidatura para volver a optar al puesto que ocupa desde el pasado 13 de julio. EFE/ARCHIVO/Joédson Alves EFE/arquivo/Joédson Alves Há 28 anos o DEM não consegue nem apresentar um candidato ao Planalto

Alçado ao comando da Câmara com o deputado Rodrigo Maia (RJ), o DEM voltou a sonhar com a Presidência. Nos bastidores, o antigo PFL (também já foi Arena e PDS) prepara uma recauchutagem pragmática. O objetivo imediato é se tornar um dos maiores no Congresso, recebendo deputados insatisfeitos em suas legendas. O plano de fundo, porém, passa por suplantar o PSDB, aliado histórico, para eleger oito governadores e tentar alcançar, de forma inédita, o Palácio do Planalto.

Há 28 anos o DEM não consegue nem apresentar um candidato ao Planalto – duas gerações de eleitores nunca puderam votar num político do partido para presidente. O último foi Aureliano Chaves, em 1989.

Na era petista, o DEM passou 13 anos no extremo da oposição e regrediu no perfil parlamentar. Se chegou a 105 deputados em 1998, elegeu apenas 21 em 2014. Passou por uma cisão liderada pelo ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) em 2011, que deu origem ao PSD, e chegou a arquitetar uma fusão fracassada com o PTB, em 2015.

Hoje, tem 30 deputados e nenhum governador. Seu único integrante de relevância no Executivo é o prefeito de Salvador, ACM Neto. “A prioridade é desenvolver um projeto presidencial. Se não der tempo, estamos abertos a conversas com todo mundo, desde que haja convergência de visões”, diz Neto.

Maia tem sido o articulador da migração dos parlamentares. A meta é reunir entre 50 e 60 deputados. A maioria dos insatisfeitos vem de uma dissidência do PSB, como Danilo Forte (CE), Tereza Cristina (MS), Fabio Garcia (MT) e Heráclito Fortes (PI). Também há afinidade com nomes do PSDB, PSD e PMDB. “Os acordos regionais estão fechados e não há conflito ideológico nem programático”, diz o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).

A estratégia do DEM para receber insatisfeitos do PSB é “suavizar” seu ideário de direita, trabalho do qual participam os ex-ministros Gustavo Krause e Roberto Brandt, o economista Marcos Lisboa e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia. O DEM quer ocupar o centro no espectro ideológico, tendo como exemplo o presidente francês, Emmanuel Mácron.

“O posicionamento do Bolsonaro à extrema direita desloca o DEM para o centro. E o Lula, que já ocupou o centro no governo, voltou o pêndulo para a extrema esquerda, com apoio ao Maduro na Venezuela”, diz o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB)

Nos rascunhos de um manifesto que planejam divulgar entram temas que eles consideram palatáveis à classe média. “Seremos intolerantes com o crime”, diz trecho no qual a reportagem teve acesso. Outras propostas são ter menos ideologia na educação, retomada do emprego, flexibilização do estatuto do desarmamento e redução do tamanho do Estado.

Um dos entraves do DEM é não ter um presidenciável com popularidade. A opção, hoje, seria “receber” nomes com afinidade, como o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje no PSD, e o prefeito tucano João Doria. Semana passada, em Salvador, ACM Neto jantou com Doria, que depois confirmou o “interesse” do partido.

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