Presidente cazaque discursa sobre “novo futuro” em Assembleia Geral da ONU

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 01h18

Nações Unidas, 28 set (EFE).- O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, discursou nesta segunda-feira a respeito de “um novo futuro” para 2045, ano em que os países-membros da ONU utilizariam uma mesma moeda, um Conselho de Desenvolvimento Global seria criado e o organismo completaria 100 anos com um Plano Global Estratégico.

Nazarbayev apresentou essas ambiciosas propostas em seu discurso diante da Assembleia Geral, na qual buscou apoio para a candidatura de seu país como membro não permanente do Conselho de Segurança em 2017 e 2018.

Após o encerramento ontem da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que teve como objetivo definir a agenda 2030, o presidente cazaque foi além, para 2045, quando a organização completará o primeiro centenário, e falou de um “novo futuro” centrado em “oferecer segurança nuclear, energética, na água e em alimentos, e construir confiança, um entendimento mútuo e reformas”.

O Plano Global Estratégico estabeleceria “condições justas onde todas as nações teriam acesso igualitário às infraestruturas mundiais, aos recursos, aos mercados e mantendo uma ampla responsabilidade em relação ao desenvolvimento humano”, disse.

A criação de um Conselho de Desenvolvimento Global reuniria os países-membros “chefes de todas as agências especializadas da ONU, inclusive o Fundo Monetário Internacional”, de modo a promover “o crescimento econômico em escala mundial”.

Nazarbayev também considerou a ideia de um Plano Mundial anticrise e propôs uma moeda comum para os países-membros da ONU que “deveria ser relevante para os objetivos e tarefas para a prosperidade e o desenvolvimento global sustentável”, opinou.

De acordo com o líder cazaque, “o direito de impor sanções internacionais, que podem prejudicar o bem-estar de milhares de pessoas, deveria ser uma prerrogativa exclusiva do Conselho de Segurança”.

“O fracasso no cumprimento deste princípio mina a fundação da ordem do mundo moderno e é uma relíquia da Guerra Fria”, acrescentou.

Nazarbayev também propôs redigir uma extensa carta para a luta contra o terrorismo, que derive em “uma rede global e unificada para combater o extremismo internacional”.

Além de comparecer à Assembleia Geral da ONU, Nazarbayev se reuniu com o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, com quem analisou a nova agenda do desenvolvimento impulsionada pelas Nações Unidas.

O presidente cazaque e o diplomata sul-coreano também analisaram os desafios “do extremismo violento e do terrorismo” e o plano de ação que o secretário-geral apresentará durante o período de sessões anual da Assembleia Geral, segundo informou a assessoria de imprensa de Ban.

No poder há mais de duas décadas no Cazaquistão, Nazarbayev, que já foi defensor da URSS, hoje é um dos independentistas mais veementes após a desintegração do gigante soviético. EFE

msc/vnm

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