Programa “Os Dois Lados da Moeda” discute: o PMDB ressurgiu das cinzas?

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2015 13h16

Renan Calheiros e Eduardo Cunha Montagem com Pedro Ladeira/Folhapress e Antonio Cruz/Agência Brasil Renan Calheiros e Eduardo Cunha

Marco Antonio Villa e Mauro Motoryn debatem a posição do PMDB no cenário político nacional.

Villa diz: “falava-se muito mal: que era um partido em grave crise, fragmentado, que abrigava um conjunto de caciques; não era o PMDB histórico da década de 1980, que ajudou a definir a democracia brasileira”.

Mas, agora, para o historiador, mudou, especialmente a partir de 1º de fevereiro. “(A data) é chave: a eleição de Eduardo Cunha para presidente da Câmara”, disse.

“Calheiros foi se afastando de Dilma, se aproximando de Eduardo Cunha, fazendo uma dupla, uma espécie de Pelé e Coutinho do PMDB nesse momento histórico, colocando a presidente sobre a parede”. A presidente agora enfrenta dificuldades de aprovar o pacote fiscal e o pacote trabalhista, considerou Villa.

“PMDB sinaliza que se afasta do governo sem cair no colo da oposição, criando uma terceira via”, disse, lembrando que a sigla diz que vai ter candidato em 2018.

“O PMDB vai ser o elemento que decidirá a crise”, ponderou Villa. “se o governo não continuar, continuará com o PMDB à frente da presidência da República”, lembrou.

Motoryn, por outro lado, entende que “Dilma tem um problema sério: precisa dos amigos e dorme com os inimigos”.

“Inimigos são dois ex-coloridos, Renan e Cunha, dois indiciados na Lava Jato, os dois novos áses da República brasileira”, disse. “(Os dois) preparam um cacife que se contrapõe ao governo, mas porque isso é uma moeda de negociação lá na frente”, projetou.

“Eu não acredito na honestidade de propósito do PMDB”, opinpu Motoryn.

“Que ele ressurgiu das cinzas, eu não tenho dúvidas; até porque ele é cinza, cinzento da pior espécie; não consegue contribuir de forma positiva para a governabilidade. Não dá para ser amigo e inimigo ao mesmo tempo, falar em coalizão e ser contra”, criticou

Motoryn citou “discursos virulentos” de Renan Calheiros e Eduardo Cunha pedindo a redução dos ministérios e “impondo à nação o orçamento impositivo, multiplicando por três o fundo partidário”. “Ou seja, é uma vergonha”, disse.

Para ele, o PMDB “conseguiu só uma coisa: matar o PSDB, que hoje só tem uma figura que o defende: Geraldo Alckmin, porque o resto já está perto do fim da vida”.

Villa entende que a situação é paradozal. Que, apesar dos defeitos, o PMDB é uma “espécie de âncora democrática, que nos protege do projeto criminoso de poder que solapa a estrutura do Estado republicano”.

“Âncora afunda”, lembrou Motoryn.

Ouça os dois lados da moeda no áudio acima.

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