Cientistas japoneses conseguem recuperar funções cardíacas com células iPS

  • Por Agencia EFE
  • 27/01/2015 12h29

Tóquio, 27 jan (EFE).- Cientistas japoneses conseguiram reativar as funções cardíacas de ratos que sofreram ataque no coração, transplantando lâminas derivadas de células pluripotentes induzidas (iPS) no coração, informou nesta terça-feira o jornal japonês “Asahi”.

“O estudo proporciona evidências que provam a eficácia dos tratamentos cardíacos humanos utilizando cardiomiócitos (células do miocárdio ou músculo cardíaco capazes de serem contraídos e responsáveis pelas batidas do coração) derivados de células iPS”, explicou Yoshiki Sawa, professor de cirurgia cardiovascular da Universidade de Osaka (sul).

Cientistas da universidade, junto ao Centro Nacional Cerebral e Cardiovascular do Japão, trabalham em um método para melhorar a função de bombeamento do coração em humanos com doenças cardíacas graves através deste tipo de células.

Para comprovar se estas podem se integrar adequadamente nos músculos do coração e bombear no mesmo ciclo, os pesquisadores implantaram lâminas de células cardíacas de 1 centímetro de diâmetro desenhadas a partir de células iPS em corações de ratos que tinham tido infartos de miocárdio.

Um mês depois dos transplantes, os cientistas analisaram o movimento de uma molécula de proteína presente nos cardiomiócitos dos ratos, que se associam às batidas.

Os resultados mostraram que as lâminas trasnplantadas batiam no mesmo ciclo que o músculo do coração, e que as funções cardíacas dos ratos tinham melhorado.

O fato foi publicado na edição digital da revista americana “Cell Transplantation”.

O Japão é pioneiro na geração de células pluripotentes induzidas (iPS), que são obtidas com a reprogramação de células já maduras.

Essa descoberta valeu ao professor Shinya Yamanaka, seu criador, o prêmio Nobel de medicina em 2012, e supôs uma verdadeira revolução, ao deixar obsoleto o uso de seu equivalente natural, as células-tronco embrionárias, cuja obtenção enfrenta problemas éticos.

No futuro, as iPS podem permitir a regeneração de órgãos inteiros, ao mesmo tempo que seu uso em estudos clínicos promete revolucionar a criação de novos fármacos. EFE

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