Cientistas siberianos encontram novos materiais para engenharia de tecidos

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2015 10h48

Moscou, 25 fev (EFE).- Cientistas da Universidade Politécnica de Tomsk (UPT), na Rússia, estão desenvolvendo novos materiais para a substituição e a regeneração de tecidos biológicos, um dos campos mais promissores da medicina.

Os primeiros testes clínicos dos revestimentos desenvolvidos na UPT demonstram sua eficácia, disse à Agência Efe o catedrático Sergei Tviordojlebov, chefe do projeto.

“Tratamentos experimentais no Centro Ilizarov (uma das mais renomadas clínicas traumatológicas da Rússia) com o uso destes materiais mostram que a regeneração óssea em casos de alongamento de fêmur é duas vezes mais rápido que com as utilizadas até agora”, explicou.

O âmbito de emprego dos novos materiais é muito amplo, asseguram seus criadores, e vai desde as tecnologias para o restabelecimento do tecido ósseo, da pele, dos músculos, do tecido nervoso e cardíaco, assim como para a fabricação de próteses vasculares.

“Os implantes que se integram nos tecidos são confeccionados pela primeira vez com plásticos de fluorocarbono, enquanto nos de regeneração são utilizados polímeros absorvíveis”, disse Tviordojlebov.

A engenharia de tecidos e a medicina regenerativa não só fazem possível a recuperação de tecidos, mas já permitem criar tecidos e órgãos para substituir os danificados.

O cientista, especialista em física eletrônica, indicou que as tecnologias desenvolvidas na UPT permitiram criar novos materiais híbridos que melhoram consideravelmente as propriedades tanto dos implantes como das matrizes de regeneração e dos sistemas de administração de fármacos.

“Não há nenhum material que sirva 100% como biomaterial, por isso que é preciso usar as melhores propriedades de diferentes materiais”, indicou Tviordojlebov.

O cientista acrescentou que alguns polímeros, por exemplo, são hidrófobos, o que dificulta seu emprego na medicina regenerativa, mas se forem tratados com plasma ou se forem bombeados com eléctrons, é possível modificar suas características e melhorar sua qualidade como biomaterial.

Os novos revestimentos são obtidos com o emprego de tecnologias laser e de vácuo e, segundo Tviordojlebov, podem ser utilizados tanto nos implantes tradicionais como em matrizes para a regeneração de tecidos.

Além disso, servem para a criação de sistemas de administração localizada de fármacos, uma inovadora técnica que permite libertar e dosar os agentes terapêuticos em lugares muito precisos do organismo.

Os trabalhos desenvolvidos sob a chefia de Tviordojlebov são apenas um dos projetos de pesquisas aplicadas que são realizados na Universidade Politécnica de Tomsk e que abrangem campos que vão da robótica até as nanotecnologias.

A UPT é o principal centro de estudos superiores da Sibéria e é considerada como a melhor universidade russa fora de Moscou e São Petersburgo, mas quer ter mais espaço entre os melhores politécnicos do mundo.

Em seus mais de 100 anos de existência, de sua faculdades saíram cerca de 150 mil especialistas nos mais diversos campos. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.