Fila brasileira de doação de órgãos pode diminur com repercussão de caso da ex-primeira dama

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2017 08h48 - Atualizado em 11/05/2017 16h18
Brasil, São Paulo, SP, 19/09/2011. Retrato da ex-primeira-dama Marisa Leticia Lula da Silva durante a inauguração da "Cidade da TV", em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. - Crédito:LEONARDO SOARES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:193101 Estadão Conteúdo Marisa Letícia - AE

A repercussão sobre a morte cerebral da ex-primeira dama Marisa Letícia amplia a discussão sobre a doação de órgãos no Brasil, um tema ainda cercado de tabus, e pode reverter índices negativos.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de cada 10 potenciais doadores, só quatro efetivam a cirurgia. A principal razão é a recusa familiar. O medo de autorizar um procedimento por imaginar que o ente querido ainda tivesse alguma chance de sobreviver.

De acordo com o cirurgião cardiovascular do InCor e integrante da Comissão de Remoção de Órgãos ABTO, José de Lima Oliveira Júnior, sempre que a população se informa sobre o assunto, a taxa de rejeição despenca. “É preciso que de alguém que saiba falar com a população, como vocÊs jornalistas”, diz.

*** Ouça a entrevista completa no áudio

Para autorizar a doação de órgãos de dona Marisa, o hospital Sírio Libanês cumpriu um protocolo oficial sobre morte encefálica, com testes para comprovar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. Segundo dr. Lima, seguindo uma legislação nacional.
No cenário da doação de órgãos e tecidos, o Brasil se destaca no contexto mundial, principalmente por ter o segundo maior programa de transplantes do planeta.

A legislação brasileira também não permite, como em outros países, que a família de quem recebe o órgão saiba de onde esse órgão veio.

Em 2016, de janeiro a setembro, de quase 8 mil potenciais doadores, só 2.215 pessoas concluíram o procedimento.

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