Nos países ricos, menos de 5% dos portadores de hepatite C recebem tratamento

  • Por Agencia EFE
  • 22/04/2015 15h17

Viena, 22 abr (EFE).- A Deusto Business School elaborou um documento que mostra que 75% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C no mundo não sabem que possuem a doença, que causa cerca de meio milhão de mortes por ano, e nos países desenvolvidos apenas entre 3% e 5% dos portadores da mesma recebem tratamento a cada ano.

Estes dados constam no documento denominado “Hepatite C. A grande fotografia”, que foi apresentado nesta quarta-feira aos jornalistas pelo diretor deste organismo e ex-conselheiro basco de Saúde, Rafael Bengoa, no marco do Congresso Internacional do Fígado realizado em Viena até o próximo dia 26.

“Fizemos uma espécie de foto sobre o que está ocorrendo no mundo para que os países possam começar a fazer planos nacionais mais ambiciosos dos que os que existem até agora”, explicou Bengoa, que, no entanto, ressaltou que na Europa apenas cinco países contam com planos para abordar a doença.

Como disse, o relatório, que recopila dados em nível mundial, reflete que entre 130 e 170 milhões de pessoas no mundo estão infectadas e, delas, 75% desconhecem, por isso que Bengoa insistiu na necessidade de que os países se envolvam no controle e na prevenção da doença.

Os dados do documento mostram que, aproximadamente, a cada ano há cerca de quatro milhões de novos infectados.

Nos países desenvolvidos, a porcentagem de pessoas portadoras da hepatite C que recebem tratamento se situa entre 3% e 5% por ano, segundo o relatório.

Na opinião de Bengoa, “este número fazia sentido quando não havia tratamento para cura, mas já não há explicações plausíveis” por conta dos últimos fármacos comercializados, que têm uma efetividade de mais de 90%.

Para Bengoa, um “bom plano” para abordar a doença tem que passar pela prevenção, detecção precoce, uma “boa intervenção” de gestão clínica e “um bom acompanhamento”.

Por sua vez, o responsável da divisão de Hepatologia do laboratório AbbVie, Juan Carlos López Talavera, disse aos jornalistas que agora o interesse é que todos os pacientes que o necessitam tenham acesso a uma medicação “tão boa” e que antes não existia.

O AbbVie oferece uma das soluções terapêuticas contra a hepatite C.

Talavera ressaltou que um dos desafios a partir de agora é reduzir o número de semanas de tratamento, que atualmente gira em torno de 12. EFE

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