Pesquisadores desenvolvem aplicativo para treinar memória de esquizofrênicos

  • Por Agencia EFE
  • 03/08/2015 15h58

Londres, 3 ago (EFE).- Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveu o “Wizard”, um aplicativo para treinar a memória que melhora a qualidade de vida dos que sofrem de esquizofrenia, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo jornal “The Philosophical Transactions of the Royal Society B”.

Os cientistas que realizaram o estudo consideram provado que “os jogos de memória podem ajudar até um ponto em que os remédios ainda não conseguiram chegar”.

Descrito pelos criadores como motivador, divertido e fácil de entender, “Wizard” tem o objetivo de melhorar as funções cognitivas dos pacientes para ajudá-los a ter maior independência na vida diária e no trabalho.

As pessoas que sofrem de esquizofrenia têm afetada a memória episódica – que ajuda a lembrar coisas recentes como onde o carro foi estacionado – e ainda não existem remédios eficientes para tratar esse tipo de degeneração das funções cognitivas.

Os pacientes que participaram do estudo jogaram “Wizard” durante oito horas ao longo de quatro semanas, enquanto tomavam a medicação habitual. Depois desse período, os pesquisadores mensuraram a memória episódica dos participantes.

Através do exame neurofisiológico padronizado em Cambridge (Cantab PAL), os criadores do aplicativo mediram, além da memória episódica, a pontuação na escala de funcionamento global que os médicos aplicam para determinar o funcionamento social, ocupacional e psicológico dos adultos.

Após avaliar os exames, os cientistas descobriram que os pacientes que tinham utilizado o jogo de memória cometiam menos erros e precisavam de menos tentativas para lembrar os diferentes padrões do teste.

Barbara Sahakian, líder do estudo e pesquisadora do Departamento de Psiquiatria em Cambridge, afirmou que esse trabalho é importante “porque prova que os jogos de memória podem ajudar onde os remédios não puderam chegar até o momento”.

Outro dos pesquisadores, Peter Jones, acrescentou que os resultados são promissores e que os aplicativos podem “não só melhorar a memória episódica dos pacientes, mas também melhorar o funcionamento de sua vida diária”. EFE

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