Senador diz que baixa credibilidade de Temer fortalece denúncias e cita falta de alternativas

  • Por Jovem Pan
  • 17/06/2017 14h54 - Atualizado em 29/06/2017 00h39
Marcos Oliveira/Agência Senado Senador Cristovam Buarque - ASENADO

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou que a falta de credibilidade do presidente Michel Temer faz com que as denúncias do empresário Joesley Batista caiam com tanto impacto sobre o governo. Segundo ele, se a população confiasse mais no peemedebista, acusações sem provas “cairiam no vazio”.

Para o senador, Temer passou por um obstáculo no Tribunal Superior Eleitoral ao não ter sua chapa cassada, mas não foi o suficiente. “O presidente Temer, na semana passada, saltou um obstáculo jurídico, mas caiu no pântano. E aparentemente ele vai continuar nadando na lama até o final do seu mandato se nós, sobretudo as lideranças políticas desse País, não encontrarmos uma saída para essa crise. A declaração desse senhor, Joesley, não que para mim tudo que ele disse seja verdade, mas algo tem nisto. Ele não está, ao meu ver, inventando tudo isso”, disse o parlamentar, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

Buarque citou ainda que a proximidade do empresário da JBS com o presidente, além das menções de membros do governo dão ainda mais força às denúncias. Mas o senador fez questão de lembrar que os acontecimentos com relação a Temer são apenas uma continuação do governo Dilma Rousseff.

“Aparentemente, todas as acusações que ele faz terminam virando aceitas como verdade. E tem uma razão: é que ele de fato fazia parte do núcleo do presidente Temer. O presidente Temer o recebeu em casa, de madrugada, fora da agenda. Ele cita os nomes das pessoas ao redor do presidente e são pessoas que de fato têm estado sob suspeição”, constatou.

“Por trás disso está todo o grupo que foi eleito duas vezes com a presidente Dilma. A gente não pode esquecer que o Temer foi eleito porque o PT pediu para que o povo brasileiro votasse nele. Ele faz parte desse grupo. Todos os ministros ao redor do Temer, que nós estamos sabendo quem são, todos eles estavam no governo Dilma. Então, de certa maneira, o que a gente está passando é apenas a continuação do que nós começamos com as manifestações e com as votações que terminaram no impeachment da Dilma. O Temer é a continuação disso”, completou.

O senador do PPS disse ainda que acredita que o atual presidente tenha razões o suficiente para sofrer um impeachment, assim como sua antecessora, mas o que o preocupa, é a falta do “dia seguinte”.

“Em 64, o dia seguinte eram os militares. No Collor, o dia seguinte era o Itamar. Na Dilma, o dia seguinte era o Temer. Hoje, o dia seguinte do Temer, nós não estamos vendo. Daí a proposta de eleição direta. Quer dizer, nós não temos nenhuma alternativa, então vamos plantar umas diretas. Ou as eleições antecipadas”, pontuou.

Confira no áudio acima a entrevista completa do senador Cristovam Buarque.

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