Tailândia suspende general do Exército acusado de tráfico de pessoas

  • Por Agencia EFE
  • 02/06/2015 03h04

Bangcoc, 2 jun (EFE).- As autoridades da Tailândia reivindicaram a suspensão do general do Exército, Manas Kongpan, que é acusado de participação no tráfico de pessoas no sul do país e sobre quem pesa uma ordem de detenção, informou nesta terça-feira a imprensa local.

Manas será interrogado por comandantes militares e poderá ser expulso das Forças Armadas se for comprovado que descumpriu o código de conduta militar, declarou à imprensa o chefe do Exército, Udomdej Sitabutr.

No domingo, o tribunal provincial de Songkhla, no sul do país, emitiu uma ordem de detenção contra Manas por crimes relacionados com o tráfico humano.

“Deixei claro que qualquer oficial que descumprir as leis deverá prestar contas com a Justiça”, ressaltou Udomdej, segundo o jornal “Bangkok Post”.

Em meados de maio, o primeiro-ministro, o general Prayuth Chan-ocha, rejeitou as alegações que indicavam uma conexão entre militares e as redes de tráfico humano.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Tanasak Patimapragorn, também negou na última sexta-feira o envolvimento dos militares, ao ser questionado pela imprensa durante uma entrevista coletiva durante a reunião especial que aconteceu em Bangcoc para tratar da crise migratória na região.

Segundo o “Bangkok Post”, as evidências encontradas durante uma batida contra as máfias, entre elas um recibo de transferência bancária no nome de um militar, sugerem que oficiais do primeiro escalão das Forças Armadas têm envolvimento no negócio ilícito.

O sudeste asiático atravessa uma crise de imigrantes ilegais desde que a Tailândia decidiu agir contra as máfias de traficantes de pessoas, após descobrir um acampamento clandestino no sul do país, com dezenas de túmulos, no início de maio.

Após a ação das autoridades, cerca de 3 mil imigrantes desembarcaram em Indonésia e Malásia, países que se comprometeram a acolher todos os imigrantes que estão à deriva em alto-mar, se a comunidade internacional se comprometer a repatriá-los no prazo de uma ano.

A maior parte desses imigrantes são da etnia muçulmana rohingya, que é perseguida em Mianmar, e bengaleses que fogem da pobreza em Bangladesh.

Na semana passada, a Malásia informou que encontrou 28 acampamentos e 139 túmulos no estado de Perlis, no norte do país, em uma mata próxima da fronteira do país com a Tailândia.

Aproximadamente 25 mil pessoas zarparam em embarcações de Bangladesh e Mianmar rumo a Tailândia, Malásia e Indonésia durante o primeiro trimestre de 2015, o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Segundo cálculos da ONU, cerca de 2,6 mil pessoas continuam à deriva em alto-mar no golfo de Bengala. EFE

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