Taxa de desocupação média para 2016 está em torno de 11%, ante 8,5% em 2015

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/12/2016 11h57
Vinte e um alunos da Escola de Educação Especial Primavera, no Tarumã, receberam na manhã desta terça-feira (02) a carteira de trabalho. Foto: Valdecir Galor/SMCS Valdecir Galor/SMCS Desemprego

Faltando apenas um mês para encerrar 2016, a taxa de desemprego média no ano está em torno de 11%, ante os 8,5% registrados em 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupação do trimestre móvel encerrado em novembro alcançou 11,9%, a mais elevada desde o início da série, em 2012, mas ficou estatisticamente estável em relação ao trimestre móvel encerrado em agosto. O movimento de estabilidade estatística ocorre após dez trimestres móveis consecutivos de altas.

“Estamos com dois terços do quarto trimestre, que tem tendência de queda da desocupação, porque tem movimento de contratação de temporários e também tem menos dias em que as pessoas podem procurar trabalho. Então tem um efeito calendário”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Alguma resposta sazonal, ainda que seja através da estabilidade, aconteceu, nem que seja ao evitar que mais pessoas fossem demitidas”, acrescentou. 

O resultado, entretanto, está longe de mostrar uma situação favorável do mercado de trabalho. Em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2015, houve aumento de 2,9 pontos porcentuais na taxa de desemprego, que era de 9,0%.

Segundo Azeredo, é possível dizer que, após uma deterioração acelerada, o mercado de trabalho se estabiliza na reta final do ano.

“Dizer que o mercado de trabalho está favorável (não é possível) Longe disso, não está. Mas ele responde ao movimento sazonal. Pode ser que mês que vem mude tudo”, lembrou. “Nós temos 12 milhões de pessoas desocupadas, 12% da força de trabalho do Brasil está procurando trabalho. Ninguém está dizendo que é favorável”, frisou.

O País registrou ainda patamar recorde de desempregados na reta final do ano, um total de 12,132 milhões de pessoas em busca de uma vaga no trimestre encerrado em novembro, 3,018 milhões a mais em relação a um ano antes. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 2,1%, o equivalente ao fechamento de 1,941 milhão de postos de trabalho.

A taxa de desemprego não foi mais elevada porque 967 mil brasileiros migraram para a inatividade no período. Parte desse contingente é devido ao crescimento vegetativo da população, mas parte é considerada como força de trabalho potencial, ou seja, pessoas que tentaram se inserir no mercado de trabalho, mas acabaram não conseguindo e desistindo, esclareceu Azeredo.

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