Terceira etapa do julgamento do Carandiru começa com escolha do júri

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2014 16h02

São Paulo, 17 fev (EFE).- A escolha de um júri integrado por sete homens deu início nesta segunda-feira, no Fórum Criminal de Barra Funda, a terceira etapa do julgamento de 15 dos policiais acusados pela morte de 111 presos no episódio que ficou conhecido como o Massacre do Carandiru.

Os 15 policiais que ocuparam o banco dos réus hoje são julgados pelo homicídio de oito dos presos e pela tentativa de homicídio de outros dois, no terceiro dos quatro blocos do processo, que condenou 48 agentes pela morte de 82 presos em suas duas primeiras fases.

Nas primeiras etapas, concluídas no ano passado – 21 anos depois do massacre -, 23 dos policiais acusados foram condenados a penas de 156 anos de prisão, enquanto outros 25 pegaram penas de 624 anos.

Em 2001, um juiz condenou o coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a operação na penitenciária, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos presos, embora esse julgamento tenha sido cancelado em 2006 por um tribunal de segunda instância. No entanto, alguns meses depois, o oficial foi assassinado.

O massacre ocorreu em outubro de 1992, às vésperas das eleições municipais, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu a penitenciária com a intenção de contornar uma suposta rebelião com presos armados em um dos pavilhões.

Na audiência iniciada nesta segunda, a qual pode se estender por uma semana, são julgados os policiais que estavam no quarto andar do pavilhão 9, onde ocorreu a maioria das mortes no Carandiru no que é considerado como o maior massacre carcerária da história do país.

Inicialmente, os júris escutarão seis testemunhas de acusação e cinco de defesa, antes de interrogar diretamente os réus e da procuradoria e defesa apresentarem seus argumentos.

Enquanto a acusação alega que os presos foram executados, em muitos dos casos à queima-roupa e quando já estavam rendidos, a defesa assegura que os policiais atuaram em legítima defesa.

O presídio do Carandiru, que possuía cerca de 8 mil internos na época do massacre, foi desativado em 2002, dando lugar a um amplo parque público. EFE

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