Aliados mantêm Temer “vivo por aparelhos”, mas já articulam substituto

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2017 12h19
Divulgação-Arquivo/Instituto Queiroz Jeiressat FHC e Tasso Jeiressati quando este era governador do Ceará; nomes articulados para substituir Temer não encontram consenso

Aliados estão mantendo Temer vive por aparelhos enquanto, nos bastidores, uma “junta médica” já articula um nome de consenso para substituir o presidente caso ele fique insustentável jurídica e politicamente.

PSDB, DEM e PSD, partidos da base que compõem a “junta”, não têm nenhum “puro”, que não esteja implicado nas delações e revelações gravíssimas. A conjuntura política atual, bizarra e anômala, faz com que esses partidos super investigados decidam o futuro do País.

É muito difícil, no entanto, encontrar um nome de consenso entre as siglas, palatável aos meios políticos e à sociedade em certa medida, além de manter as reformas, condições “sine qua non”. Outro fato estranho: derrubar um governo e manter seus projetos.

Copiloto permanece

Henrique Meirelles, que chegou a ser cogitado para suceder Temer, agora é citado pela maioria como um lastro para a economia, portanto permaneceria no ministério da Fazenda como “guardião das reformas” em um novo governo. Isso garantiria a confiança da possibilidade de efetivar as reformas econômicas mesmo “trocando o piloto em pleno voo”.

Os que discutem a sucessão nos bastidores entendem também que seria importante manter Ilan Goldfajn no Banco Central, Maria Silvia no BNDES e Pedro Parente na Petrobras, que, junto a Meirelles, formariam um quarteto de segurança ne economia.

Nomes

Há nomes que “flutuam” para a eventual sucessão presidencial ainda neste mandato, pois nenhum nada de braçadas.

Entre os nomes de que se tem falado, há o do ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. Ele possui alguns impedimentos: foi consultor da Odebrecht na Lava Jato, ex-ministro de Dilma e Lula e fez alterações de artigos da Constituição durante a Constituinte. Jobim, porém, é aceito por PMDB, PSD, PSDB e DEM, partidos à frente da articulação.

Outro nome é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, aos 85 anos, resiste em voltar a assumir o papel. FHC quer ser ouvido, praticamente escolher o presidente, mas não quer que seja ele mesmo.

O ex-presidente, por sua vez, advoga o nome do senador Tasso Jeiressati (PSDB-CE), um nome sem a mesma projeção nacional dos anteriores. Mas Tasso assumiu o PSDB e tem sido elogiado por sua ponderação em meio à crise e por não ter sido citado na Lava Jato até agora, algo raro nos dias de hoje.

Mas nenhum desses nomes ainda atingiu o consenso. Justamente por isso, Temer é mantido vivo por aparelhos.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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