O erro da mulher que Fachin manteve presa

  • Por Jovem Pan
  • 03/07/2017 11h41
Luiz Edson Fachin, indicado pela presidenta Dilma Rousseff para substituir o ministro Joaquim Barbosa no STF, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro que soltou o "homem da mala" havia mantido mulher que roubou o equivalente a R$ 42 presa

Em 7 de fevereiro deste ano, o ministro do STF Edson Fachin negou habeas corpus a uma mulher de 39 anos presa desde 2011. Ela tentou furtar em Varginha, interior de Minas Gerais, dois desodorantes e cinco sacos de gomas de mascar, que custariam hoje R$ 42,00.

Fachin endossou o argumento do relator Ricardo Lewandowski, de que a acusada já havia tentado furto semelhante. A decisão aponta que a mulher “está habituada ao crime”.

Quase cinco meses depois, Fachin tentou mostrar que no peito de um ministro durão bate um coração que sabe ser compassivo. Na sexta passada, 30 de junho, ele mandou soltar Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado-federal e ex-assessor de Michel Temer, preso em Brasília desde 3 de junho.

Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal carregando uma mala de R$ 500 mil em dinheiro vivo recebida por executivo da JBS. Para livrar da cadeia o homem da mala, Fachin explicou em “supremês” que a possibilidade de Loures cometer novos crimes foi aplacada “em face do transcurso de lapso temporal e das alterações no panorama processual”. Só Deus e Fachin sabem o que ele quis dizer.

O erro da mineira castigada pelo relator da Lava Jato foi ter tentado furtar em Varginha menos de R$ 50. Se ela tivesse agido em Brasília e embolsasse algo em torno de R$ 500 mil, ficaria presa no máximo 27 dias.

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