A Casa Branca não é a Casa da Mãe Joana

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 15/02/2017 08h02
DON01 WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS) 10/02/2017.- El presidente estadounidense Donald Trump camina por el ala oeste antes del encuentro con su homólogo japonés Shinzo Abe (no aparece en imagen) en el despacho Oval de la Casa Blanca en Washington, Estados Unidos hoy 10 de febrero de 2017. EFE/Michael Reynolds EFE/Michael Reynolds Dondald Trump EFE

Escolas de administração pública e privada podem ir se preparando: Donald Trump antecipa um ótimo exemplo, um estudo de caso, sobre comando de governo. Até hoje, Trump tinha tocado um negócio familiar e um reality-show, não uma imensa e complexa organização como o governo americano.

Tem a tal história que Trump prospera no caos, mas este não é o caso da presidência. Sua Casa Branca é a Casa da Mãe Joana, com múltiplos centros de poder. Eles não competem para provar competência e sim lealdade ao chefe.

Os assessores de Trump correm para a televisão na ansiedade para decifrar ao país o mais recente tuíte presidencial ou para provar quem é o melhor para expor os tais fatos alternativos.

A marqueteira Kellyanne Conway, que cunhou a expressão “fatos alternativos”, dá um vexame atrás do outro, como aparecer em talk-show para apregoar os produtos da primeira filha, Ivanka.

Uma das figuras mais patéticas é um garoto de 31 anos chamado Stephen Miller, uma espécie de estrategista da Casa Branca. Domingo passado, ele circulou por programas de televisão para propagar a bizarra teoria conspiratória sobre decisiva fraude eleitoral no estado de Nova Hampshire em novembro passado. Talvez domingo que vem, seja alguma arenga sobre realmente quem assassinou John Kennedy.

As mensagem dos emissários de Trump, além de bizarras, são conflitantes. O porta-voz da Casa Branca Sean Spicer tornou-se musa de inspiração para a comediante Melissa McCarthy criar personagem no programa humorístico Saturday Night Live.

E Michael Flynn correspondeu às expectativas e caiu logo do cargo de assessor de segurança nacional devido às mentiras e exagerada intimidade com os russos. Flynn aguentou 24 dias quando a média do cargo são dois anos e seis meses. Será que Trump sabia das estrepolias do seu ex-assessor de segurança nacional?

De fato, são tempos de insegurança nacional. Trump carece de quadros qualificados para tocar a diplomacia. No fim de semana, foi o circo tragicômico no seu resort na Flórida, quando diante de sócios e garçons ele conduzia política externa, ou seja, sua resposta ao teste norte-coreano com míssil balístico.

E este é o presidente que na campanha pedia a prisão de Hillary Clinton por ter um servidor privado para seus e mails.

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