Comparar Trump a um garotinho é injusto com as crianças

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 27/05/2017 07h58
MHR02. WASHINGTON (EE.UU.), 10/11/2016.- El presidente electo de EE.UU. Donald Trump se dirige a periodistas durante una reunión con el presidente de EE.UU. Barack Obama (no en la foto) en la oficina Oval de la Casa Blanca hoy, jueves 10 de noviembre de 2016, en Washington (EE.UU.). EFE/MICHAEL REYNOLDS EFE/MICHAEL REYNOLDS Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca - EFE

Ok, um pouco infantil eu volto ao assunto, mas é sábado e assim vou me dar ao luxo de travessuras. No sábado passado, fiz um comentário dizendo que antes de tudo Donald Trump não passava de uma criança, um sujeito infantil. Nada bombástico no comentário. A analogia está sendo usada e abusada.

Mas, agora muitos psicólogos vão à carga em defesa, não de Trump, mas das crianças. Alison Gopnik, professora da Universidade de Berkeley, na Califórnia, observa que esta analogia, comparando Trump a um garotinho é incorreta e injusta com as crianças.

Ela observa que os estudos cientifícos dos últimos 30 anos mostram que o setentão Trump não tem nada a ver com uma criança de quatro anos.

Um ser humano com quatro anos de idade, na verdade, é zeloso com a verdade, sempre busca informação para entender como as coisas realmente funcionam. Sem dúvida que, como qualquer adulto, uma criança também mente.

Ao contrário de Trump, uma criança é curiosa de forma insaciável, perguntando centenas de questões por dia e não fica entediada quando alguma coisa não a envolve pessoalmente. Uma criança presta atenção nas coisas, especialmente quando entram em contradição com aquilo no qual ela acredita.

E um ponto muito importante, ainda de acordo com a professora de psicologia Alison Gopnik: uma criança de quatro anos entende a diferença entre fantasia e realidade, embora goste de brincar e imaginar que o mundo esteja cheio de heróis e de vilões. Há mais: ao contrário da crença popular, crianças de quatro anos não são egocêntricas e autocentradas. Ainda mais jovens, já demonstram, tanto empatia, como altruísmo.

Crianças de quatro anos têm senso de certo e de errado. No seu laboratório, a professora diz que mesmo uma criança de dois anos e meio diz ser errado machucar uma outra.

Bem, nada disso diz que uma criança de quatro anos já esteja melhor preparada para o cargo de presidente do que alguns ocupantes.  Tudo isso apenas me diz que eu devo pedir desculpas às crianças por compará-las a Donald Trump.

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