As conexões de Trump com Moscou escancaradas

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 12/05/2017 10h41
MOS10 WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS), 10/05/2017.- Fotografía facilitada por el Ministerio de Exteriores de Rusia que muestra al presidente de EE.UU., Donald Trump (c), el ministro ruso de Exteriores, Serguéi Lavrov (i), y el embajador ruso en Estados Unidos, Sergei Kislyak (d), durante su reunión en la Casa Blanca en Washington, Estados Unidos, hoy 10 de mayo de 2017. EFE/- SÓLO USO EDITORIAL/PROHIBIDA SU VENTA EFE/Ministério de Relações Exteriores da Rússia Donald Trump recebe o ministro de relações exteriores da Rússia Serguéi Lavrov e o embaixador Sergei Kislyak

Em meio ao terremoto político gerado pela demissão do diretor do FBI, James Comey, por Donald Trump, o jornal espanhol El País tem uma recapitulação de fatos e números sobre as conexões russas do presidente, foco das investigações pela própria polícia federal americana e de comissões no Congresso.

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No círculo íntimo do presidente há ou havia 17 pessoas que possuem vínculos pessoais e econômicos com Moscou. Entre elas, um dos filhos de Trump, agora responsável pelas empresas do papai, e seu genro, que é seu assessor na Casa Branca. Trump está envolto nesta rede que o conecta a empresários russos e gente do governo Putin.

Trump considera fake news que estas conexões tenham relevância política ou que possam ter influenciado sua eleição em novembro passado. Irritou-se com Comey, pois ele insistia nas investigações sobre o possível conluio entre os russos e a campanha eleitoral, além de desacreditar os tuítes do presidente denunciando que a Trump Tower fora grampeada por ordem direta do ex-presidente Obama.

Trump quer basicamente investigações sobre quem vaza informações no governo e não sobre a possiblidade de que uma potência hostil tenha interferido na eleição americana. No dia seguinte à demissão de Comey (terça-feira), a imagem que correu o mundo foi a dos sorridentes Trump, o chanceler russo e o embaixador de Moscou em Washington reunidos na Casa Branca. Em tom de desafio à decência, o presidente fez uma exortação por melhores relações com o país do hackeador Vladimir Putin.

Obviamente está em curso o teste para saber se os Estados Unidos da América não são uma república de banana. O diretor interino do FBI disse quinta-feira em depoimento no Congresso que as investigações continuam e que ele não aceitará interferências políticas da Casa Branca. Resta saber qual será o perfil e a credibilidade do substituto de James Comey. Inadmissível se Trump ousar indicar sicofantas como o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giulliani, ou o governador de Nova Jersey, Chris Christie.

Em reportagem na edição de quinta-feira, o Wall Street Journal revelou que esquentavam as investigações do FBI sobre um possível conluio entre associados de Trump e o governo russo. Na expressão do jornal, Comey “estava preocupado com informações mostrando evidências em potencial do conluio”.

Trump demitiu Comey, pois as investigações avançavam e também por não ter recebido um voto de lealdade pessoal do funcionário público.

Também no Congresso,especialmente no Senado, ganham força as investigações, a destacar sobre a natureza dos contatos entre os russos e Mike Flynn, o ex-assessor de segurança nacional de Trump, que durante a campanha eleitoral puxava os gritos da massa de “lock her up”, para que Hillary Clinton fosse presa.

Prisões podem acontecer, mas não as desejadas por Mike Flynn.

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