Donald Trump promete discurso de união nacional em posse; será?

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 20/01/2017 07h42
PO01. WASHINGTON (EE.UU.), 17/01/2017.- El presidente electo de EE.UU. Donald Trump habla hoy, martes 17 de enero de 2017, durante la Chairman's Global Dinner en el auditorio Andrew W. Mellon, en Washington (EE.UU.). El evento es una oportunidad para que Trump se presente a sí mismo y a los miembros de su gabinete ante diplomáticos extranjeros EFE/KEVIN DIETSCH / POOL KEVIN DIET / POOL/EFE Donald Trump - EFE

Discursos de posse presidencial em qualquer lugar costumam ser recheados de palavras vazias, as tais platitudes. Se fizer isso nesta sexta-feira, Donald Trump, o quadragésimo-quinto, estará na companhia de muitos antecessores. Não é fácil ser um George Washington, o primeiro, que na sua posse em 1789 interpretou a recém-adotada Constituição.

O professor Thomas DiBacco, da American University, dá uma aula sobre as regras gerais de um discurso de posse presidencial. São três partes: reconhecimento pelo novo presidente que ele está orgulhoso e/ou humilde ao assumir o cargo; algumas seleções da história americana (bons exemplos para emular e os maus para evitar) e um pronunciamento sobre a direção que será adotada pelo novo governo.

As informações são de que as inspirações de Trump serão Ronald Reagan, mais pelo estilo, e John Kennedy, pela chamado à nação para uma grande causa (colocar o homem da Lula em dez anos, e dito e feito).

Também se antecipa uma boa notícia; o discurso de Trump não passará de 20 minutos. Parece haver uma correlação inversa entre duração do discurso de posse e qualidade da presidência. Brevidade foi a história de Washington, Jefferson, Andrew Jackson, Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Franklin Roosevelt.

E tivemos, é claro, a saga do mais longo discurso de posse, quase 9 mil palavras, num dia frio e chuvoso de 1841, proferido por William Henry Harrison. O prolixo e pobre coitado pegou uma gripe, que se transformou em pneumonia. Um longo discurso para um breve governo: Harrison morreu um mês mais tarde.

Donald Trump, o candidato e presidente eleito, exime-se de responsabilidade por divisões nacionais, especialmente aflitivas neste ciclo eleitoral. Sua assessoria promete que será um discurso de união nacional, de cicatrização de feridas. Será que finalmente veremos a transição de Trump? Já ouvimos este discurso antes.

Nunca se sabe: pouco depois de um solene discurso de posse, lá vem o homem com alguma tuitada sobre uma Meryl Streep da vida ou algum loser que ainda não se conformou que ele finalmente é o senhor do Universo, com direito a retrato naquela galeria iniciada com George Washington.

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