Esta noite, o debate: a cdf Hillary versus Trump, o aluno do fundão

  • Por Caio Blinder
  • 26/09/2016 10h14
Michael Vadon / Wikimédia Communs  e Hillary Clinton.com Donald Trump e Hillary Clinton

Hipérboles são inevitáveis e o nível de ansiedade aumenta momento a momento quando nos aproximamos do debate desta segunda-feira à noite, 26, entre Hillary Clinton e Donald Trump. Não deu outra. Estamos apenas em 2016 e o embate já foi alcunhado de debate do século. Mas tudo o que envolve este ciclo eleitoral americano justifica as hipérboles, as ansiedades e as expectativas de reviravoltas. Especialmente com a volatilidade nas pesquisas das últimas semanas para cá.

Falando em expectativas, eu não tenho dúvidas de que Trump entra no palco como o favorito por uma razão elementar: as baixas expectativas sobre o seu desempenho. Para ele, basta não aprontar uma barbaridade, não disparar um insulto da pesada e dar uma vaga impressão de que é presidenciável para ser declarado vencedor. 

E Trump é/está vivo. Se vencer, vai relembrar na linguagem narcicista que é fantástico. Se perder, vai acusar o sistema de ser corrupto, de ser armado para derrotá-lo.

Ninguém dúvida que a democrata Hillary é melhor preparada, é a aluna cdf que estudou e estudou para a prova, enquanto o republicano Trump é o vagabundo da turma do fundão que vai improvisar alguma coisa na última hora. E, como espetáculo é a marca desta eleição, o cenário está para ele, desde que não derrube o cenário.

O apresentador de reality-show que se converteu em aprendiz de politico nunca poderia imaginar este momento apoteótico. Ao lado de sua assistente Hillary, Trump terá a maior audiência na sua carreira de narcisista. Por algumas projeções, o primeiro dos três debates entre os dois candidatos presidenciais poderá ter uma audiência de 100 milhões de espectadores, algo no patamar de um Superbowl ou final de séries memoráveis de TV como MASH.

O duelo vai acontecer em um 26 de setembro, data do primeiro debate televisivo nos EUA, em 1960, entre John Kennedy, o bonitão bronzeado, e Richard Nixon, o suado com a barba a fazer. Naquele 26 de setembro de 1960 tivemos um debate de substância entre os dois candidatos. Para quem escutou pelo rádio deu Nixon, mas, na televisão, a vitória foi de Kennedy, que venceu a eleição no sufoco.

Aquele primeiro debate, portanto, foi decisivo. Agora, em 2016, uma pesquisa WSJ/NBC revela que, para 1/3 dos eleitores, os debates Trump/Hillary serão uma grande influência para decidir quem será contratado e quem será demitido em 8 de novembro. Sem dúvidas, um debate tem potencial para decidir o jogo eleitoral.

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