Este ainda é o mundo em 2016

  • Por Caio Blinder
  • 30/05/2016 09h35
EFE Burka

Este ainda é o mundo em 2016. Nossa consciência foi violada por cenas como o estupro de uma adolescente carioca de 16 anos feita um bando, uma gangue, uma horda de bárbaros.

E a consciência global é violada sem cessar por estupro, violência sexual e por abusos domésticos, não apenas no Brasil, mas em todas as partes, em todas as culturas, 0sociedades e em diferentes patamares sócio-econômicos. Existem, na atualidade, os casos mais hediondos dos sequestros e estupros de meninas praticados por grupos terroristas como o Estado Islâmico e o nigeriano Boko Haram.

Nesta horas, é sempre bom tomar cuidado e não resvalar para a islamofobia mais rasteira com o argumento do tipo: o que esperar desta religião? Lembrando o óbvio, este terror islâmico é ecumênico, não poupa meninas de nenhuma religião.

Então, vamos focar no mundo islâmico com uma história que acaba de ser revelada. No Paquistão, um conselho gerou indignação ao sugerir que os maridos podem bater suavemente nas suas mulheres como forma de disciplina. Isto, imaginem, está na recomendação deste grupo de homens a uma lei de proteção das mulheres.

A barbaridade legal de abençoar a punição física de mulheres paquistanesas está a cargo do Conselho da Ideologia Islâmica, estipulando que o ato seria permitido caso a esposa desafie as ordens do marido ou que se recuse a se vestir conforme seus desejos. Vai além: punição pode ser praticada se a esposa não queira ter relação sexual com o marido. Criado em 1962, este conselho é um órgão constitucional que sugere ao parlamento do país sobre a compatiblidade das leis civis com a Sharia, que é a lei estipulada no alcorão.

Este projeto obscurantista está sendo denunciado de forma veemente e também ironizado na imprensa de Islamabad, assim como por ativistas dos direitos das mulheres. A Comissão Paquistanesa dos Direitos Humanos foi direto ao ponto, recomendando que este tal “Conselho da Ideologia Islâmica” seja simplesmente dissolvido. Ótima ideia. A comissão estima que 70% das mulheres no país sejam vítimas de violência doméstica.

O Paquistão é um dos países mais atrasados do Mundo em termos de status e direitos das mulheres. O consolo são estas corajosas moças lutando para que as coisas mudem, como a hoje celebridade global Malala, Prêmio Nobel da Paz e que foi baleada pelo fanáticos do Taliban por lutar pela educação de meninas.

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