Jornalista Bret Stephens prega “mente aberta” com Trump
Qual é o papel de um jornalista de opinião, de um comentarista, de um colunista diante do poderoso de plantão? A resposta óbvia é a independência. Então conto aqui a história de Bret Stephens, que pode ser definido como um influente jornalista conservador americano, que tem coluna no conservador The Wall Street Journal e é presença constante em debates na televisão.
Stephens é um crítico frequente de Barack Obama, a destacar sua política externa. Ele pegou pesado quando o atual presidente concorreu em 2008 e em 2012. Argumentou que a aura de grande comunicador conferida a Obama era exagerada, achava uma bobagem as suas promessas messiânicas e ficou assustado com o culto à personalidade montado para o mensageiro do slogan “esperança e mudança”.
Partidários de Obama pegaram pesado contra Bret Stephens, mas ele diz que isso nem de longe se compara à artilharia dos partidários de Donald Trump, com as promessas habituais de boicotá-lo ou de cancelar a assinatura do jornal. Sim, Bret Stephens está entre os conservadores que jamais acreditaram que o presidente eleito levaria os americanos à Terra Prometida.
Stephens diz que “estava quase certo” que Trump perderia a eleição. Explica que agora o presidente eleito merece uma “mente aberta” dos jornalistas e que seria não patriótico torcer contra ele. No entanto, o jornalista não se considera convencido por Trump, que deveria entender que ele tem uma dívida à nação e não o contrário. E mais: o papel de um colunista como ele não é conquistar a concordância dos leitores, mas transmitir sua independência.
E Stephens dispara diretamente contra o site Breitbart, cujo ex-chefão Steve Bannon foi escolhido por Trump para ser seu conselheiro e estrategista na Casa Branca. Stephens se considera um jornalista de opinião, e qualifica o site Breitbart como um braço de propaganda de Trump, uma máquina de agitprop.
Stephens, como eu disse, promete manter a “mente aberta” sobre Trump, mas alerta seus seguidores contra slogans redentores do tipo “fazer a América grande novamente”. Ele arremata que um jornalista responsável é como um interlocutor respondendo à sua companhia. Falar não é ecoar.
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