O já conhecido nacionalismo populista de Donald Trump

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 22/02/2017 08h58
TRU37 WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS) 21/02/ 2017.- El presidente de los Estados Unidos, Donald J. Trump, habla para los medios tras finalizar su visita al Museo de Historia y Cultura Afroamericana, en Washington (Estados Unidos), hoy, 21 de febrero de 2017. EFE/Kevin Dietsch **Pool** EFE/Kevin Dietsch EFE - Donald Trump

Eu raramente comento as pelejas partidárias brasileiras, mas vendo o deslumbramento de tantos jovens seguidores de Bolsonaro com Donald Trump, decidi colocar a mão na massa. A estes jovens que alcunho de trumpanaros, recomendo refletir sobre um texto na edição corrente da briosa revista The Economist, uma verdadeira paladina dos valores liberais e vamos definir liberalismo como o ideário conservador.

A Economist coloca Trump no seu devido lugar, ou seja, no manual do populismo latino-americano, uma tradição que vai de Juan Domingo Perón a Hugo Chávez e além. É o discurso do ressentimento, das alegações de representar o povo contra exploradores internos e ameaças externas. É a ambição de “refundar” a nação e bater na tecla da herança maldita. É governar via confrontação e polarização, é tratar oponentes como inimigos e traidores. são as propostas que trazem beneficios a curto prazo, negligenciando o custo a longo prazo. É o pendor autoritário.

Sim, Trump é um bilionário capitalista, enquanto o militar Hugo Chávez investia no delirante socialismo do século 21. Mas, populismo não é sinônimo de esquerda. Noções ou falta de noções envolvendo pós-verdade e fatos alternativos foram empregados na América Latina por gente como Alberto Fujimori, Chávez com seus golpes imaginários e Cristina Kirchner com suas estatísticas fajutas de inflação.

A Economist pergunta: o que Trump representa na batalha de ideias? Ironicamente, ele revigora o populismo nacionalista latino-americano quando ele estava em baixa. O caso mais patente é o mais próximo de Trump, em termos geopolíticos e emocionais: o México, onde o velho esquerdista Andrés Manuel López Obrador lidera as pesquisas para as eleições presidenciais de 2018 com o discurso de “pátria primeira”.

A Economist alerta que Trump dificulta a vida daqueles na América Latina, que em razão do nacionalismo demagógico e anti-americanismo, argumentam que o melhor é buscar a cooperação com os EUA no contexto de uma ordem global liberal. Trump alimenta forças protecionistas e paroquiais. Nacionalismo populista é receita de declínio nacional.

A América Latina já bebeu tanto deste veneno. Por que repetir a dose?

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