Os regimes populistas da América Latina estão falidos

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 30/04/2016 13h08
EFE Deputados fazem juramento durante posse na Assembleia Nacional da Venezuela

Regimes populistas na América Latina, seja ao estilo lulopetista, seja ao estilo chavista, estão falidos, em termos econômicos, políticos e éticos. A sobrevida pode ser mais curta ou mais longa, a transição mais suave, mais brusca e até violenta. O chavismo é claro tem uma capacidade perigosa de causar muito dano até entregar ou ser privado das chaves do poder.

Foi uma semana especialmente turbulenta na Venezuela com decisões sobre blecaute e redução da jornada de trabalho nas repartições públicas devido à crise de energia, protestos violentos em face da escassez de alimentos e colapso econômico do país e as pressões da oposição para que haja o referendo sobre a cassação do mandato do presidente Nicolás Maduro.
A oposição conquistou o controle da Assembleia Nacional em dezembro passado, mas o estado venezuelano está aparelhado pelo chavismo. Mesmo assim, a iniciativa para o referendo avança graças à mobilização da oposição. A justiça eleitoral faz o que pode para atrasar a iniciativa, mas a oposição anunciou que consegui coletar em um dia cinco vezes mais o número de assinaturas populares necessárias para começar os trâmites do referendo.
A oposição luta contra o relógio controlado pelo chavismo para que este referendo ocorra por volta de novembro/dezembro. Mesmo com agilidade, o processo leva tanto tempo em razão da coleta de quatro milhões de assinaturas, sua auditoria e a logística do referendo em si. 
E por que o referendo precisa acontecer até o final do ano? Caso ocorra em 2017, mesmo com a revogação do mandato de Maduro, não são convocadas novas eleições, nas quais a oposição deve vencer, mas o seu vice, chavista, fica no cargo até 2019. E a Venezuela não aguenta mais tanto tempo de desmandos e má gestão do chavismo.
A oposição adverte que este referendo é uma das últimas saídas constitucionais e pacíficas para a crise sem fundo na Venezuela. A advertência não é alarmista.

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