Palavras de Trump no Congresso foram menos apocalípticas

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 01/03/2017 07h10
JLX01 NUEVA YORK (ESTADOS UNIDOS) 22/06/2016.- El virtual candidato republicano a la Casa Blanca Donald Trump pronuncia un discurso en el hotel Trump SoHo de Nueva York, Estados Unidos hoy, 22 de junio de 2016. EFE/Justin Lane EFE/Justin Lane Donald Trump - EFE

Foi o melhor discurso feito até agora pelo presidente Donald Trump, na terça-feira à noite, neste começo de mandato, o primeiro em sessão conjunta do Congresso. O patamar, é verdade, era baixo. 

Mas, embora tenha ecoado os temas do populismo nacionalista do discurso de posse em 20 de janeiro, as palavras de Trump na terça-feira foram menos apocalípticas. O tom ainda era soturno com a ladainha sobre lei e ordem, o cenário do país tornar-se um santuário de extremistas, a aversão para abraçar imigrantes, a determinação para abrir mão de um papel de responsabilidade global dos EUA e a mensagem de que o mundo quer tirar vantagem dos americanos.

No entanto, havia também palavras conciliatórias para a minoria democrata, a ausência de insultos, a observação de que chegou a hora de deixar para trás as brigas triviais e o surpreendente começo no discurso com a condenação a crimes de ódio, como o vandalismo de cemitérios judaicos e o assassinato de um imigrante indiano. 
Sim, Trump é Trump. Sempre será. Nunca um poeta ou um orador gracioso. Ele é coerente com seu recado truculento e visão tacanha, que seduz a base fiel e gera fúria em vastas parcelas da população. O bordão America First em meio à promessa de renovação do espírito americano. Para os padrões de Trump, foi um discurso otimista, sensato e com a pretensão de reconhecimento de que ele está à frente de uma sociedade complexa.

E são muitas feridas para cicatrizar enquanto o presidente promete lutar com determinação para implementar sua agenda, aliás confusa, apesar das claras palavras de ordem. Faltam os detalhes para saber como será substituído o programa de saúde do governo Obama, como será paga a conta dos aumentos dos gastos militares com o corte de impostos e sem mexer nos benefícios sociais como a aposentadoria e como uma figura tão controvertida e divisiva como ele conseguirá unir o país.
Eu não sou otimista. De qualquer forma, na terça-feira, Trump esteve acima das expectativas. De novo, o patamar é tão baixo.

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