Putin cava seu próprio buraco na Rússia

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 10/11/2014 18h53

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Dos grandes países emergentes que integram o rótulo BRICS, sabemos que dois estão realmente mal da perna: o Brasil e a Rússia. Como meu departamento é externo, vou para a Rússia.

As manchetes econômicas sobre a Rússia são sombrias. Com a queda dos preços do petróleo e as tensões geopolíticas renovadas com outra onda de provocações do regime Putin na Ucrânia, a economia russa sofre golpes.

Somente na semana passada, o rublo despencou 8%. No ano, mais de 30%. A economia russa seofre com as sanções ocidentais e estagnou. No entanto, a taxa de aprovação de nosso homem em Moscou continua lá em cima. Em outubro, era de 88%.

Não sabemos por quanto tempo irá persistir esta dicotomia economia por baixo/Putin por cima. O fato é que os Iphones consumidos pela classe média russa estão mais caros com a queda do rublo, a projeção oficial de inflação para este ano beira os 10% (6.5% em 2013) e preços de laticínios e de carne dispararam.

Apesar deste cenário, Putin não recorre à munição habitual em tempos de crise: enfiar a mão no baú de maciças reservas para segurar o rublo. Ele se prepara para uma longa guerra, preservando suas balas, que são as reservas internacionais.

Não apenas na frente econômica, mas para impedir que os russos percam o controle do leste ucraniano.

Existe o intenso namoro do nosso homem de Moscou com em Pequim, devido ao afastamento do Ocidente, mas a consumação da relação na frente asiática será o russo como “parceiro júnior” dos chineses, algo que não combina com as fantasias imperiais de Putin.

A aproximação com a China apenas confirma a fraqueza russa. Putin cavou o seu buraco e continua cavando de forma cada vez mais profunda.

No caso da Ucrânia, ele não pode cessar a agressão, não apenas por temer um país vizinho pró-ocidental, próspero e democrático, mas também em razão das privações econômicas e expectativas nacionalistas dentro da própria Rússia.

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