Repercussão internacional do impeachment reflete na crise venezuelana

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/08/2016 09h34
EFE Dilma Maduro

 Cá estou de volta ao batente depois de 20 dias de férias olímpicas. Retorno a tempo para acompanhar os últimos lances da maratona Dilma. Fora do Brasil, uma ou outra publicação com alguma relevância bate o pé para insistir que o impeachment é uma farsa, um golpe. Aqui destaco o Le Monde, jornal francês que merece a alcunha de vetusto, vetusto como o projeto lulopetista.

No geral, porém, no exterior não existe solidariedade à indignação e à comiseração de Dilma Rousseff, a afastada. Existe um certo ar de curiosidade com o espetáculo, com a encenação de jardim de infância lulopetista nesta fase final do processo de impeachment no Senado.
O Wall Street Journal vai ao ponto para observar que as encenacões, manobras e as procrastinações são insuficientes para reduzir a probabilidade de impeachment. A respeitada consultoria de risco Eurasia coloca esta probabilidade em 90%. Trata-se de excesso de zelo.
Existe interesse internacional no Brasil, especialmente dos mercados e investidores, embora a saída definitiva de Dilma esta semana seja a crônica de um drama anunciado. Curiosamente, o jornal espanhol El País, que eu respeito embora me decepcione bastante por sua simpatia com o regime lulopetista, se mostre muito mais ligado na crise venezuelana do que no apagar das luzes do governo Dilma. 
No fim de semana, o noticiário do El País alertava para as perigosas tramas do chavismo para conturbar a marcha em Caracas da oposição, na próxima quinta-feira, 1, para exigir que o governo Maduro cumpra a lei e siga os trâmites para a realização até o final do ano do referendo revogatório do desacreditado presidente.
Uma escalada de violência e um banho de sangue sempre são fortes possiblidadades na Venezuela, hoje um país aos frangalhos. Através do impeachment de Dilma e de compromissos políticos, o Brasil busca uma saída do beco lulopetista, embora tudo seja ainda muito desolador. Já na Venezuela, é a mera escuridão. A semana será histórica nos dois países.

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