Resultado de eleições nos EUA foi mais amargo a democratas do que se esperava; gangorra política pode estar quebrada
O Congresso americano agora é totalmente republicano. Com os resultados das eleições de terça-feira, os republicanos expandiram a maioria na Câmara dos Deputados e capturaram o Senado, diminuindo a margem de manobra do presidente democrata Barack Obama nos dois últimos anos de seu mandato. Mas abrindo oportunidade para alguns compromissos bipartidários.
Avanços republicanos estavam assegurados nessas eleições de terça-feira, como é a praxe em pleitos no meio do mandato presidencial, e a captura do Senado pelos Republicanos era uma forte possibilidade.
Os resultados, porém, foram mais amargos do que os democratas esperavam. E eu admito, eu também.
Nenhum consolo para os democratas lembrar que as pesquisas revelam que os republicanos que agora controlam o Congresso são alvo de ainda mais insatisfação do que eles. O fato é que os republicanos ganharam, e ganharam bem. Agora, eles precisam fazer a transição de um partido implacável na oposição ao governo para um que mostre que também tem um agenda positiva, que vá além do obstrucionismo.
O mesmo vale para os democratas, que tampouco gozam de boa reputação. Basta lembrar que a taxa de aprovação do Congresso americano em algumas pesquisas é de 13% (a de Obama está na faixa dos 40%).
As lideranças parlamentares são motivo de escárnio. Aliás, uma pesquisa recente revelou que apenas 43% dos americanos sabiam qual partido controlava a Câmara e o Senado (o comparecimento às urnas na terça-feira foi de 36%).
Este é um país, ao mesmo tempo, desmotivado, frustrado, furioso e temperamental com seus políticos. Em um jogo polarizado, os partidos têm suas coalizões eleitorais, mas nenhum deles mantém o pulso firme do poder.
O ciclo eleitoral de 2014 foi o quarto em menos de uma década em que os eleitores removeram de um partido o controle do Congresso ou da Casa Branca.
Mais do que um jogo de sobe e desce, existe a preocupação de que a gangorra política americana esteja quebrada. O país perdeu a confiança nos seus partidos e nas suas lideranças.
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