Theresa May promete força e estabilidade, mas fracassa

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 12/06/2017 10h44 - Atualizado em 29/06/2017 00h06
EFE Theresa May - EFE

Na Grã-Bretanha, a primeira-ministra conservadora Theresa May prometeu força e estabilidade. Fracassou e a dúvida é quanto tempo ela aguenta no poder ou quando serão convocadas novas eleições após o fracasso de sua aposta de convocar os britânicos a votar na quinta-feira passada. O resultado é esta preservação por um fio dos conservadores no poder (graças ao apoio de um punhado de parlamentares de um pequeno partido da Irlanda do Norte).

Que contraste com a França. No domingo, o centrista Emmanuel Macron conseguiu força e estabilidade já no primeiro turno das eleições parlamentares. As projeções são de que o seu partido, A República em Marcha, noviço como ele na arena eleitoral, saia do segundo turno no domingo que vem talvez até com 70% das 577 cadeiras da Assembleia Nacional.

A previsão é a de que o partido centrista de Macron, que obteve 32% no primeiro turno, seduza mais eleitores no segundo turno do que partidos de esquerda e de direita. Os socialistas, que hoje controlam a Assembleia Nacional, foram especialmente destroçados pelos eleitores no primeiro turno.

Macron, eleito em maio, tem um mandato para empreender reformas dentro de casa e na Europa, enquanto Theresa May está sem um mandato firme para negociar a retirada da Grã-Bretanha da União Europeia, conforme era seu plano ao convocar sem obrigação as eleições de quinta-feira passada.

Os eleitores castigaram Theresa May e premiaram Emmanuel Macron. O presidente francês de 39 anos é a grande sensação política dos últimos tempos. Uma pena que a outra seja Donald Trump.

O triunfo de Macron mostra que na Europa os eleitores cerram fileiras com um político que assume uma clara mensagem pró-Europa, ao invés do populismo nacionalista à la Trump e de Marine Le Pen, derrotada de forma fragorosa pelo presidente centrista em maio.

Foram muitos sustos na Europa, mas as coisas estão um pouco mais assentadas. Em março, outro populista de direita avesso ao projeto europeu, o holandês Geert Wilders, não se saiu tão bem como se temia nas eleições parlamentares.

Na Alemanha, em setembro próximo, tudo sinaliza caminho aberto para a democrata-cristã Angela Merkel, obter o quarto mandato. E, de qualquer forma, os rivais social-democratas também estão firmemente ancorados no projeto europeu. De novo, uma pena que tudo esteja tão turbulento do outro lado do Atlântico Norte, com o suposto timoneiro Trump.

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