Liga das Escolas de Samba deixou passar falhas em alegorias

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2017 11h05
Fernando Frazão/Agência Brasil Peritos investigam local do acidente com carro alegórico - agbr
Este carnaval no Rio de Janeiro apenas exibiu, com mais exemplos, que há uma lei própria – que há um Estado paralelo – na Sapucaí durante os desfiles das escolas de samba.

Tanto no atropelamento de domingo quanto no desmoronamento de segunda, as escolas empurraram avenida adentro alegorias com falhas estruturais que qualquer engenharia prévia apontaria, e a Liga das Escolas de Samba permitiu que isso passasse, sem fiscalização. Uma vez ocorridas as tragédias, o pior veio no modo como agremiações e organização lidaram com a emergência.

Como é possível que haja acidentes como aqueles com as alegoria de Unidos da Tijuca e Paraíso do Tuiuti e os desfiles não sejam interrompidos?

A Liga das Escolas de Samba é poder constituído? Tem autoridade para limitar o socorro imediato e a imediata perícia das alegorias?

Outra coisa: como o resultado do carnaval é previamente traçado, sujeito a poucos ajustes, um imponderável como o da madrugada de segunda para terça-feira, claro, desarranja tudo; de modo que já se armou, na Liga, a virada de mesa que manterá a Unidos da Tijuca no Grupo Especial. Como para essa gente a credibilidade do evento que organizam não importa, a única questão deve ter consistido em como apresentá-la. A escolha da vencedora também é estratégica neste momento. A vitória de uma agremiação popular, que não ganha há muito tempo, seria um bom pão e circo para deixar a cidade feliz e mudar o assunto.

Fato é que o estado-maior da contravenção se reuniu e já bateu o martelo. É provável que nem haja rebaixamento. Mas é certo que escola com dono forte não cai. E que ninguém será criminalmente responsabilizado pela barbaridade.

Saberemos hoje.

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