Resposta do governo às facções é fraca e não resolve problema
Analisou-se no Brasil o recurso às forças armadas para fim de polícia. Ao determinar que militares façam peneira dentro de presídios, incumbência de agentes penitenciários, o governo federal ao mesmo tempo desvirtua a função constitucional das armas e desvaloriza as polícias militares estaduais. Ou seja, joga para a galera, oferece pauta para a imprensa, mas não resolve o problema. Ao contrário: cria um.
Para os governadores, no entanto, puxadinhos como esses são maravilhosos, porque transferem à União tanto a responsabilidade em casos de novos massacres, quanto o custo financeiro de resolver o problema.
O tal Plano Nacional de Segurança Pública, apresentado nas coxas na terça-feira, ainda não foi detalhado. Prometeu-se que seria nesta quarta. Não foi. Adia-se. A razão é simples: não há detalhes a serem apresentados porque nada há. Simples assim.
A própria ideia de começar a aplicação de tal plano puxadinho só em 15 de fevereiro pelos Estados do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe, é explicativo de que o governo federal não consegue ir ao centro do problema.
Fosse sério, tivesse senso de urgência, e seria implantado de partida, com energia, nos Estados que fazem fronteira com Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela. Ou seja: Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Amazonas e Roraima, os Estados por onde a droga entra.
Ou o Brasil ocupa com inteligência suas fronteiras, ou logo teremos aqui, com o PCC, um cartel como os mexicanos.
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