Lugar de corruptos e terroristas é na cadeia
Comentei aqui na segunda-feira que, às vésperas do julgamento de Lula pelo TRF4, o PT posa de pacifista, enquanto estimula a baderna. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, grande torcedora do Bayern, escancarou o jogo duplo petista.
Ela havia declarado ao Estadão que o PT não faz ameaças, depois declarou ao site Poder 360 que, “para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”.
É um desafio intolerável à Justiça.
Uma afirmação mais terrorista até que a convocação de José Dirceu, pregando o ódio como elemento de luta.
Como questionou o deputado Rogério Marinho: “Vale até matar quem pensa diferente, senadora?”
E não é a primeira vez que a violência é aventada pelo PT para o caso de prisão de Lula.
Eu havia lembrado aqui que o então ministro petista Jaques Wagner, em conversa de 10 de março de 2016 interceptada pela Polícia Federal, havia orientado o então presidente do PT, Rui Falcão, a cercar o prédio de Lula para evitar sua prisão, caso necessário: “eu acho que tem que ficar cercado em torno do prédio dele e sair na porrada.”
A declaração de Gleisi é ainda mais grave, porque foi feita publicamente. Uma presidente de partido dizendo que será preciso matar gente para prender Lula está sorrateiramente, na prática, conclamando a militância a resistir, interferir, impedir a eventual ação da Polícia em caso de ordem judicial de prisão.
A PGR Raquel Dodge já havia pedido que Gleisi seja condenada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato, mas Gleisi merece ser processada também por incitação à violência.
Claro, no entanto, que ela tratou de justificar sua frase, alegando o de sempre e fomentando ainda mais a revolta: “Usei uma força de expressão p/ dizer o quanto Lula é amado pelo povo brasileiro. É o maior líder popular do país e está sendo vítima de injustiças e violências q atingem quem o admira. Como ñ se revoltar c/condenação s/ provas? Política e injusta”.
José Dirceu, em entrevista de anos atrás a Augusto Nunes, alegou o mesmo – força de expressão – quando disse que seus adversários tinham que apanhar nas urnas e nas ruas, dias antes de militantes atacarem Mário Covas nas ruas, atendendo ao comando.
Lula também alegou o mesmo a Sérgio Moro quando questionado sobre a declaração de que vai mandar prender agentes públicos e jornalistas. Força de expressão.
É muito fácil fingir que não se quis dizer o que se disse, que não se quis passar o recado a quem quis ouvir.
Agora, que a Justiça e a Polícia não se deixem intimidar pelas ameaças, nem se enganar pelos disfarces e amenizações.
Lugar de corruptos e terroristas é na cadeia.
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