O que há debaixo do colchão de Lula

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 17/01/2018 10h19
EFE/Joédson Alves É um colchão e tanto, que pode ter contribuído e muito para a eventual prisão de Lula

Hoje o noticiário mostra que o PT subiu o tom em defesa de Lula.

Eu comentei aqui essa subida recente, que foi desde a convocação de José Dirceu, pregando o ódio como elemento de luta, até a declaração de Gleisi Hoffmann, de que, para prender Lula, vai ter que matar gente.

Mas essa escalada petista contra o Judiciário é comandada pelo próprio Lula.

Isso ficou ainda mais claro ontem à noite, no teatro Oi, no Leblon, lá no meu Rio de Janeiro.

Lula atacou o TRF-4, em particular o presidente do tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, e o revisor da Lava Jato, Leandro Paulsen, e disse que Sérgio Moro tem de perder o emprego: “Juízes com o comportamento dele deveriam ser exonerados.”

Isso é o sonho dele, né. Tremeu ao ser interrogado pelo Moro, coçou o nariz, tamborilou os dedos e se enrolou todo, então quer se livrar dele.

Mas a declaração mais cínica de Lula foi outra.

Ele disse que a PF revistou seu apartamento e não descobriu nada debaixo do colchão.

O Lula, quando não mente descaradamente, apela a meias verdades.

O que realmente aconteceu foi que a PF revistou seu apartamento e descobriu que ele tinha outro apartamento no mesmo andar lá em São Bernardo do Campo, comprado pelo departamento de propinas da Odebrecht e registrado em nome de um laranja.

A PF descobriu também documentos relativos ao triplex no Guarujá, que ele ganhou da OAS, e do sítio em Atibaia, que foi reformado com dinheiro de propina da Odebrecht e da mesma OAS.

Aliás, vale lembrar que, no interrogatório sobre o triplex, Moro questionou Lula sobre o documento encontrado e ele, na cara dura, insinuou que a PF tinha plantado o documento lá. Quer dizer: é papo furado atrás de papo furado.

Vale lembrar também que os eletrodomésticos da cozinha do tríplex foram adquiridos pela OAS na loja Kitchens na Avenida Faria Lima, em São Paulo. E o sítio recebeu cozinha da mesma marca que custou pelo menos R$ 180 mil.

Então, a verdade é que, debaixo do colchão de Lula, no sentido metonímico, claro, porque estamos falando do apartamento inteiro, não de parte dele, a PF encontrou, na prática, dois apartamentos e um sítio.

É um colchão e tanto, que pode ter contribuído e muito para a eventual prisão de Lula.

Lá onde o comandante máximo merece mesmo é dormir no chão.

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