PT está frustrado e não há plano B que se sustente

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 16/04/2018 10h56
EFE/Sebastião Moreira Os petistas agora discutem se devem ou não se entregar a Ciro Gomes, que atingiu 9%. Seria uma segunda rendição

Comentei durante a cobertura da prisão de Lula aqui na Jovem Pan sobre as manifestações no debate público de medo do vitimismo do petista, como se a transmissão de seu discurso na TV antes de ser preso fosse aumentar sua força eleitoral.

Repeti que, no palanque do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula só pregou para a militância convertida e que sua prisão tinha peso maior que suas bravatas e seus ataques à Lava Jato.

Não é subestimar o poder remanescente do corrupto e lavador de dinheiro de influenciar as eleições presidenciais mesmo de dentro da cadeia constatar que o Datafolha confirmou, sim, seu desgaste em relação a pesquisas anteriores.

Lula tinha 37% dos votos, agora caiu para 30% ou 31%, dependendo do cenário pesquisado.

Ou seja: o presidiário, de uma hora para a outra, perdeu um quinto de seu eleitorado.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula tinha 17% no Datafolha.

Despencou para 13%, um número que ele não tinha desde 2016.

De quebra, a prisão de Lula é justa para uma maioria de 54% dos eleitores, enquanto 40% a consideram injusta.

Esses 40% estão concentrados na camada mais mal informada do eleitorado, que recebe as notícias com atraso, de modo que a tendência é que a queda de Lula aumente nas próximas semanas, porque ele está na cadeia, incomunicável, e seus crimes poderão se tornar mais conhecidos.

O PT está frustrado exatamente porque, apostando como sempre na falta de discernimento do povo, contava com um reforço de capital político decorrente da grande exposição dos momentos anteriores à rendição de seu líder à Polícia Federal.

Deu tudo errado, claro, e não há plano B que se sustente. Fernando Haddad aparece com apenas 2% e Jaques Wagner com 1%. A linha auxiliar Manuela D’Ávila, do PC do B, tem 2%; e o aliado Guilherme Boulos, do PSOL, simplesmente zero, de modo que os petistas agora discutem se devem ou não se entregar a Ciro Gomes, que atingiu 9%.

Seria uma segunda rendição, quase tão humilhante quanto a entrada de Lula na viatura da PF.

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