PT não se cansa de dar tiro no próprio pé e depois posar de vítima

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 26/01/2018 08h22 - Atualizado em 26/01/2018 10h33
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Na quinta-feira, dia seguinte à condenação de Lula a 12 anos e 1 mês de prisão pelo TRF-4, o senador Lindbergh Farias chamou o Poder Judiciário de “ditadura de toga”, pregou a rebelião cidadã e a desobediência civil

O PT não se cansa de dar tiro no próprio pé e depois posar de vítima. Na quinta-feira, dia seguinte à condenação de Lula a 12 anos e 1 mês de prisão pelo TRF-4, o senador Lindbergh Farias chamou o Poder Judiciário de “ditadura de toga”, pregou a rebelião cidadã e a desobediência civil, e ainda repetiu a ameaça de Gleisi Hoffmann dizendo: “Vão fazer o quê? Prender o Lula? Vão ter de prender milhões de brasileiros antes.”

Lula, referindo-se a si mesmo, também aventou a desobediência à decisão da Justiça: “Esse ser humano simpático aqui (rs) não tem nenhuma razão pra respeitar a decisão de ontem. Quando as pessoas se portam como juízes eu sempre respeito, mas quando eles se comportam como partidos políticos, não.”

E, referindo-se ao PT, acrescentou: “Esse partido gritava que não ia ter golpe e teve golpe. Eles não precisam mais de militares com canhão na frente do Congresso Nacional, agora eles fazem através das instituições. A construção de um pacto entre o judiciário e a mídia.”

Resultado: o juiz Ricardo Leite, de Brasília, citou a possibilidade de fuga de Lula ao determinar na noite de quinta-feira a apreensão de seu passaporte e proibi-lo de sair do Brasil.

“Entendo que a própria versão de protestos gerados em seu favor, bem como a própria declaração do acusado, que acusa o Poder Judiciário de golpe em seu desfavor, militam no sentido de que não se esquiva de uma tentativa de fixar domicílio em algum outro país. Sua permanência em outro Estado seria, então, somente o exercício de um ‘suposto’ direito de defesa, ante a atuação autoritária dos poderes constituídos. Diante desta postura, entendo necessária uma atuação mais direta e eficaz para coibir este tipo de pretensão.”

O raciocínio do juiz é perfeitamente lógico.

Os procuradores Anselmo Cordeiro Lopes e Hebert Reis Mesquita, autores da petição que resultou na decisão de Ricardo Leite, já haviam sustentado que, após a condenação, passou a existir “risco concreto” de fuga de Lula, especialmente para países sem tratado de extradição com o Brasil ou que lhe pudessem conceder asilo político.

O documento havia mencionado a viagem para a Etiópia – país sem acordo com o governo brasileiro–, que havia sido marcada por Lula antes do julgamento e estava prevista para hoje, sexta-feira, mas que foi cancelada após a ordem judicial.

Os advogados de Lula entraram em contato com a Polícia Federal e informaram que iriam, nesta manhã, à Superintendência da PF entregar o passaporte do petista, ““sem prejuízo das medidas cabíveis para reparar essa indevida restrição ao seu direito de ir e vir”.

Cristiano Zanin Martins divulgou nota dizendo ter recebido “com grande estarrecimento” a decisão da Justiça Federal.

Motivo de estarrecimento, na verdade, teríamos nós, cidadãos brasileiros, se pudesse sair do país um condenado em segunda instância que, junto com seus aliados, declara abertamente que não respeita a decisão judicial em seu desfavor.

O resto é mimimi petista. O chorômetro, de fato, já está registrando níveis recordes.

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